» » » » » Decorações das fachadas dos gabinetes de parlamentares chamam a atenção no Congresso

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Com adesivos enormes, salas até lembram estabelecimentos comerciais. Os mais desavisados podem confundir os espaços por pet shop, clínica veterinária, agência de turismo, loja de sapato, salão de beleza, junta militar e até igreja. Decoração é tendência nesta legislatura e e reflete as bandeiras de cada parlamentar
POR BEATRIZ ROSCOE (beatriz.roscoe@cbn.com.br)

Quem anda pelos corredores do Congresso Nacional se depara com uma nova tendência: a decoração das fachadas dos gabinetes dos deputados e senadores, que ganharam destaque de uns tempos pra cá. Se antes as portas eram decoradas apenas com o logotipo do partido, slogan, ou o símbolo de alguma pauta ideológica, elas agora lembram vitrines que retratam as principais bandeiras dos parlamentares.

A cena inusitada surpreendeu o assessor parlamentar Matheus Carvalho, que administra a página Militante Cansado nas redes sociais. Ele comparou o novo estilo dos gabinetes a um centro comercial. Adesivos de animais na porta remetem a uma clínica veterinária ou pet shop e fotos de soldados remetem à uma junta militar. Um grande adesivo com o rosto de dois deputados parece a divulgação de uma dupla sertaneja. Uma porta cor-de-rosa com espelho lembra um salão de beleza. Para remeter aos estados de origens, vários parlamentares estampam as fachadas das salas com cartões postais e fotografias de comida típica e os gabinetes ficam iguais a agências de turismo. E um grande adesivo de um deputado amarrando o cadarço mais parece um anúncio de loja de sapatos.
Para Matheus, a brincadeira é traçar os paralelos entre os gabinetes ultra-decorados com lojas e comércios. Ele afirma que a tendência de decoração já vem desde a legislatura passada, mas se intensificou na atual composição do Congresso.

Segundo o cientista político Valdir Pucci, a customização dos gabinetes é legítima, mas o formato não é o meio mais adequado para expressar as pautas que os parlamentares defendem.

Por outro lado, Fernando Vieira, da agência IV5, que responde pela comunicação de uma parlamentar que decidiu customizar a porta do gabinete, defende o formato de expressão e afirma que o intuito não é apenas decorativo.

Segundo as regras da Câmara dos Deputados, os gabinetes podem ser modificados, desde que o parlamentar se responsabilize pelos custos. No entanto, ao optar pela decoração, o parlamentar assina um termo se comprometendo a devolvê-lo à Câmara no formato original quando desocupar o espaço.

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