» » » » » Integrantes do DEM e do PTB fazem um último esforço para acertar fusão

As reuniões devem ocorrer ao longo da semana como última tentativa de acordo


A retomada das negociações para a fusão do Democratas com o PTB deve ter um ponto final nessa semana. O processo havia sido enterrado no final de maio por ambas as partes após esbarrarem na discussão da divisão de poder e do fundo partidário que o novo partido teria, na ordem de R$ 70 milhões.
Na semana passada, o prefeito ACM Neto, um dos principais articuladores da fusão em um primeiro momento, teria se reunido com o ex-deputado Roberto Jefferson, pai de Cristiane Brasil que preside o PTB nacionalmente, e aparado as arestas do impasse que suspendeu a fusão. Assim, se dava por reiniciada a articulação dos petebistas e democratas interessados no processo de união das legendas.
O deputado federal baiano Benito Gama, vice-presidente nacional do PTB, era um dos interlocutores com o democrata ACM Neto nas articulações, mas após ter dito que o “gato do telhado” como sinônimo que o processo foi por água abaixo, não tem demonstrado entusiasmo com essa nova possibilidade de “casamento”.
“Foi o Democratas que pediu ter uma reunião até hoje, mas eu, particularmente, estou frio com esse assunto”, disse Gama à Tribuna. Jonival Lucas, presidente do PTB na Bahia, reforçou seu discurso de que desconhece a retomada do processo de conciliação.
“Pelas informações que temos, não há nenhum fundamento nisso. Já começamos a fazer o processo de renovação de comissões provisórias na Bahia. Não tem nada nesse sentido a não ser que seja algo muito recente”, ponderou Lucas, que é prefeito da cidade baiana de Sapeaçu. A reportagem tentou ouvir a presidente nacional do partido trabalhista, Cristiane Brasil, mas sua assessoria informou que a parlamentar federal não tem falado sobre esse assunto.
Um dos impasses que a fusão enfrentou estava no fato de o DEM querer para si 60% dos votos da Executiva nas tomadas de decisões do novo partido. Isso, na prática, impediria a hegemonia dos petebistas e foi o que motivou o grupo de Roberto Jefferson a retirar o time de campo alegando falta de confiança.
“Não havia desconfiança, e sim a tentativa de garantir consensos”, disse na época o presidente nacional do DEM, o senador norte-rio-grandense Agripino Maia. Com a fusão, a nova sigla teria a quarta maior bancada na Câmara Federal com, inicialmente, 46 deputados, atrás apenas do PT, PMDB e PSDB.
Assim que a fusão do DEM com o PTB foi dada por encerrada, no início de junho surgiu a informação nos bastidores de que o prefeito ACM Neto, que busca uma legenda para se fortalecer para os pleitos de 2016 e 2018, estaria mirando na fusão do PPS com o PSB, que também acabou enfraquecida por conta de divergências internas.
Se o gato voltar a cair do telhado nessa tentativa de aposta no PTB, o prefeito ainda terá em sua mesa opções claras como migrar para o PMDB, partido liderado por Geddel Vieira Lima na Bahia e que já declarou ter interesse em disputar o Palácio de Ondina daqui a três anos, e o PSDB, aliado de primeira hora do democrata e que já fez convite publicamente para que o prefeito se mude para o ninho tucano.
Em entrevista anteontem, Neto disse que antes de considerar qualquer proposta, vai fazer um intenso debate dentro do seu partido e só definirá sua posição após esgotado o debate.

Tribuna da Bahia

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