» » » Pestana desativa leitos e estuda novo projeto

O Hotel Pestana Bahia, referência na paisagem do bairro do Rio Vermelho, fecha as portas, nesta segunda-feira, 29, desativando 430 leitos na capital baiana. No local, será mantida apenas a operação dos chalés do Pestana Lodge, que funcionam como flat. Especula-se no trade turístico, entretanto, que o grupo português já estaria trabalhando em um novo projeto para a área: um complexo hoteleiro-imobiliário, com redimensionamento do hotel, que passaria a ofertar somente 250 leitos, além de imóveis residenciais.
A queda de mais de 40% na média da ocupação hoteleira em Salvador, fora da alta estação, teria sido o principal motivo para o fechamento. O imóvel foi comprado pelo grupo português há 15 anos, quando o até então Le Meridien passou a adotar a bandeira Pestana. Na cidade, o grupo mantém agora como hotel apenas o Pestana Convento do Carmo, com 79 leitos no Centro Histórico. Para lá, e também para o lodge, foram  transferidos 60 funcionários dos 103 que atuavam na unidade do Rio Vermelho. Outros 43 foram demitidos, juntando-se aos 120 que já haviam sido desligados no ano passado, quando o hotel começou a dar sinais de que não resistiria à crise no setor.
"Parada estratégica"
Diretor operacional do Grupo Pestana no Brasil, o carioca Paulo Dias chegou ontem à Salvador para acompanhar a desativação do hotel. Sem revelar mais detalhes sobre o novo projeto para a área, o executivo disse que considera o fechamento "apenas como uma parada estratégica, diante dos potenciais naturais da cidade e intervenções públicas previstas e outras sugeridas pelo trade que podem fazer com que Salvador volte a ocupar lugar de destaque no turismo de negócios", como ressaltou.
"Até lá, entretanto, não tínhamos como manter mais uma estrutura tão grande", afirmou Dias. O executivo do Grupo Pestana revelou apenas que o novo projeto já deve ser integrado às intervenções já realizadas pela prefeitura no bairro. Empresários do setor dão conta de que todo o projeto já estaria pronto, aguardando apenas para se adequar ao novo Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU).
Dias disse ainda que espera que as ações públicas para a reativação do Centro de Convenções, bem como para a ampliação da mobilidade, segurança e limpeza da cidade, além da reativação da orla, sejam vistas como prioridade. "Temos hoje, por exemplo, uma ótima procura pelo nosso hotel no Convento do Carmo, sobretudo de turistas estrangeiros que se encantam pelo Centro Histórico, mas que ainda saem reclamando da falta de segurança", alertou.
A diretora institucional da seção baiana da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH-BA), Soraia Torres, lamentou o fechamento do Hotel Pestana Bahia. "Nossa luta tem sido incessante para que os hotéis de Salvador possam sobreviver após o  período de festas de verão, resgatando sua força em eventos". Segundo ela, a entidade vem atuando junto às autoridades, "destacando o impacto do segmento não apenas para a hotelaria, mas para outras atividades correlatas, como o restaurantes, táxis e artesanato".
Pelos registros da ABIH-BA, a capital baiana já chegou a receber, entre o final dos anos 90 até 2012, pelo menos um evento internacional a cada mês. "Éramos líderes no Nordeste e o Hotel Pestana, desde a época do Le Meridien, era uma grande referência para a Bahia", lembrou o presidente  da Associação Brasileira das Agências de Viagens (Abav-BA), José Alves.

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