O bacharel em direito Uelber da Silva Cardoso, 22 anos, formalizou denúncia, ontem (27/7), na Transalvador, contra agentes do órgão municipal responsável pela gestão do trânsito na capital baiana.
Segundo o denunciante, ele e um amigo foram vítimas de homofobia durante uma blitz de alcoolemia ocorrida na madrugada desta quarta-feira (27/7), quando transitavam de carro (um Citroën / C4) na Rua Carlos Gomes, centro da cidade.
De acordo com o relato de Uelber, um agente da Transalvador, teria agido de forma preconceituosa, ao perceber que os ocupantes do veículo eram homossexuais. Uelber disse que é o proprietário do carro, mas naquele momento viajava no banco do carona.
“Meu amigo saiu do veículo apresentou a habilitação e em seguida falou pra mim: amor me dá aí o documento do carro”, informou, acrescentando que teve um pouco de dificuldade em tirar a carteira do bolso, porque usava o cinto de segurança e tinha uma cesta de trufas no colo.
Ainda segundo o denunciante, nesse momento, o servidor público reagiu de forma grosseira e homofóbica: “Vumbora rebanho de viado, que demora é essa?”, relatou Uelber para a reportagem.
O bacharel em direito informou que o teste do bafômetro foi negativo para o motorista e não entendeu porque ele, como carona, também, teve que passar pelo procedimento. “Eu não estava bebendo, mas acusou ingestão de álcool, provavelmente, por conta das trufas de chocolate que havia comido”, disse.
Segundo Uelber, mesmo sem aparente irregularidade, os agentes informaram aos abordados que o carro seria rebocado. Ele disse, ainda, que não recebiam explicações plausíveis e a todo tempo eram chamados de “viadinhos”.
“Quando o carro já estava na prancha do reboque reclamei que o para-choque do veículo estava sendo ralado e o agente disse pra mim ‘que viadagem!’”, relatou. A ação da Transalvador aconteceu sob a proteção da Guarda Municipal e o denunciante disse que os abordados se sentiram bastante coagidos e desrespeitados, tendo sido, inclusive, obrigados a apagar um vídeo que fizeram durante a abordagem.
Em contato com a assessoria de comunicação da Transalvador, a denúncia já está registrada e será analisada em processo administrativo. Além disso, a equipe da blitz será ouvida e, após análise, poderão ser tomadas as devidas sanções internas.