As terras, que segundo a Prefeitura de Camaçari seriam invadidas por 2 mil pessoas, fica em uma Área de Proteção Ambiental
Abastados 
As denúncias também apontavam para a presença de invasores ricos nos terrenos. Seria gente com dinheiro, empresários, autoridades e até políticos. “Mas depois das matérias de vocês e de nossas operações, eles sumiram mais. Ali tem gente de todas as classes sociais e os mais pobres servem de massa de manobra”, disse um capitão da PM que comanda as operações e prefere não ser identificado.

 
   Ação da força-tarefa, no mês passado, que derrubou 40 construções 
                   (Foto: Prefeitura de Camaçari/Divulgação)

“Fala-se de pessoas de posse. Fala-se que elas chegam com seus carrões e loteiam a área. Ao menos hoje não as encontramos. Mas não quer dizer que elas não participem”, citou a delegada. 
Nos depoimentos dos presos, eles confirmam que a ação é organizada. “Eles citam os orquestradores. Mas não podemos falar para não atrapalhar as investigações”, explica Maria Danielle. 
O advogado dos quatro presos disse que eles invadiram as terras por necessidade. “O objetivo é morar no local. Eles não têm onde morar”, declarou Jackson Santa Bárbara. “Vamos entrar com o pedido para que sejam postos em liberdade visto que, casos como esse, existem milhões. A priori, vamos entrar com um pedido de arbitramento de fiança”, emendou. 
O advogado informou ainda que as áreas invadidas pelos seus clientes já estavam devastadas por desmatamento e queimadas. “Eles já encontraram a área devastada e aí entraram para ver se dava certo, mas nada que eles estivessem feito como crime. Não fizeram com conhecimento do que estava fazendo. Fizeram por necessidade”, justificou.
Segundo um dos representantes dos proprietários, Mário Araújo, era por volta das 8h30 quando o oficial de Justiça começou a entregar aos invasores a intimação para deixarem o espaço. Houve discussões e o clima ficou ainda mais acirrado depois que os investigadores da Polícia Civil chegaram para cumprir a ação contra o desrespeito às leis ambientais.
“A ação da polícia não foi em conjunto com a do oficial de Justiça. Acredito que foi uma coincidência eles chegarem quando o oficial estava entregando as intimações. Eles estavam fazendo construções em áreas proibidas, desmatando e retirando areia das dunas. Alguns resistiram e foram retirados à força”, contou.
De acordo com Araújo, depois de serem intimados pela Justiça, os invasores têm até 15 dias para deixarem o local e a ação não cabe recurso. Ele comemorou a medida.
Segundo a delegada, a área alvo da operação é apenas uma das dezenas de invasões de uma grande área tomada. As terras, que ficam na APA do Rio Capivara, são de quatro grupos diferentes, três deles de empresários: o grupo Fernandez Plaza, o grupo português Liz Construções e o EMES, de uma família de investidores de Sergipe. Cada um detém cerca de 1 milhão de m² das terras. O restante é de uma família nativa de Arembepe, que herdou as terras do bisavô.
Correio

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