» » Preso em Salvador dono da Torre Empreendimentos

A Polícia Civil de Sergipe, por meio do Departamento de Crimes contra a Ordem Tributária e Administração Pública (Deotap), deflagrou na manhã deste domingo, 09, a segunda fase da Operação Babel.

Foi cumprido mandado de prisão preventiva, expedido pela 3a Vara Criminal, em face de José Antônio Torres Neto, proprietário da empresa TORRE.
De acordo com a TV Sergipe, os investigadores suspeitam de possíveis irregularidades nos contratos referentes à coleta de lixo em Aracaju (SE). Outros mandados também foram cumpridos durante o dia.

José Neto é cunhado do deputado federal Roberto Britto (PP), proprietário da TV Baiana. Ele já foi encaminhado para Aracaju, onde passará por exames de corpo de delito.
Neste momento, outros  mandados estão sendo cumpridos pela equipe do Deotap.
Zé Antônio foi preso em Salvador (BA) e está sendo conduzido para Aracaju (SE).

Depoimento
Nata sexta-feira (31), o delegado da Departamento de Crimes Contra Ordem Tributária (Deotap), Gabriel Nogueira ouviu dois sócios da empresa Torre a respeito da Operação Babel, que investiga possíveis irregularidades dos contratos das empresas que fazem a coleta de lixo na capital sergipana.
Os empresários José Antônio Torres e Soraia Torres estavam acompanhados pelo advogado Evânio Moura. “A empresa Torre vai apresentar todos os contratos e explicações que a polícia solicitar. A Torre tem explicação para todo e quaisquer questionamentos. Para os aditivos, cláusulas do contrato e pagamentos. Temos uma farta prova documental acerca do trabalho prestado, da qualidade do serviço e dos valores praticados”, disse o advogado.

Sobre a investigação Evânio resumiu: “as investigações aconteceram por vários motivos, entre eles componentes políticos e empresariais. Mas esperamos que a verdade venha à tona. Com relação aos meus clientes não temos dúvidas que vai resultar no arquivamento”.
Nesta semana a polícia já ouviu o representante de outra empresaque trabalha no ramo, a Cavo. Além do diretor-presidente da Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb), Mendonça Prado e o assessor e comunicação da empresa Augusto Aranha.
Primeira Fase
O Departamento de Repressão Contra a Ordem Tributária e Administração Pública (Deotap), cumpriu na terça-feira (21), 13 mandados de busca e apreensão na Emsurb e na empresa Torre Empreendimentos, na ocasião foram recolhidos documentos, computadores e celulares que já estão sendo analisados pela polícia.

O delegado da Deotap, Gabriel Nogueira Júnior é o responsável pelo caso e explicou como as investigações foram iniciadas. “Em setembro do ano passado foi instaurado um inquérito policial com o objetivo de apurar uma suspeita de fraudes na medição de lixo que estava ocorrendo aqui em Aracaju no período de 2013 e 2016. Esse processo que teve como início uma denúncia da empresa Cavo em face da empresa Torre tinha este objetivo inicial de fazer esta apuração".
De acordo com o delegado, na sequência a própria Emsurb formulou uma nova notícia crime, dando conta de que haveria uma suspeita de superfaturamento na origem desse contrato que se deu em 2010.
Entenda o caso
O contrato de prestação do serviço de coleta de lixo firmado entre a Cavo e a Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb) terminou no dia 5 de março deste ano.
Dias antes do fim do contrato com a Cavo, no dia 24 de fevereiro, a Emsurb apresentou documentos no Tribunal de Contas de Sergipe (TCE) para a contratação temporária e emergencial de empresa de coleta de lixo para executar serviços na capital por 180 dias.
A Cavo, empresa do grupo Estre Ambiental, divulgou que não participaria da concorrência para esse contrato porque encontrou irregularidades no edital, como ausência de informações e prazos suficientes para a apresentação de uma proposta. A licitação foi suspensa em 2 de março após uma decisão da Justiça, que acatou os argumentos apresentado pela Estre.

Já no dia 6 de março, a Torre assumiu a coleta domiciliar de lixo e a varrição das ruas da capital. A Emsurb informou que um contrato emergencial foi feito com a Torre por um prazo de 180 dias, devendo ocorrer uma licitação pública em um prazo de 90 dias.

Atendendo a uma solicitação do Ministério Público Estadual (MPE), a Justiça determinou que a Prefeitura de Aracaju prorrogasse o serviço de coleta de lixo através da empresa Cavo por mais 70 dias, até que fosse organizado um novo processo de licitação para o serviço. O presidente da Emsurb, Mendonça Prado, informou que a Prefeitura de Aracaju foi notificada da decisão em 7 de março.
Ele disse que a gestão municipal iria recorrer da decisão da Justiça e que e empresa Torre tem condições de realizar o serviço emergencial. Mendonça Prado confirmou ainda que o valor do contrato da Torre é superior ao da Cavo por causa da contração de mais equipes e serviços.

Já no dia 8 de março, o líder da bancada de oposição, vereador Elber Batalha Filho (PSB), protocolou na Câmara Municipal de Aracaju (CMA) o requerimento que pede a instauração da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Lixo. O motivo foi o processo de contratação emergencial da empresa Torre, que voltou a operar na capital com um contrato de mais R$ 42 milhões.
No dia seguinte, o Ministério Púbico moveu uma ação de improbidade administrativa por desobediência de decisão judicial e pediu o afastamento do presidente da Emsurb, Mendonça Prado. Segundo o MPE, o gestor teve tempo suficiente para realizar o trâmite necessário para substituir a empresa Cavo, já que ele tinha conhecimento de que o contrato seria encerrado no dia 5 de março. E, que por isso, não era necessária a contratação da empresa Torre em caráter de emergência.
A Torre interrompeu os serviços em 10 de março. A Emsurb disse que a coleta de lixo só foi realizada simultaneamente entre a Torre e a Cavo na segunda-feira (6) e em parte da terça-feira (7). O pagamento do serviço à Torre será proporcional aos dias de trabalho, conforme divulgado pela Emsurb.
Na última quinta-feira (16), a Emsurb disse que o edital de contratação emergencial da empresa de coleta de lixo está sendo discutido pela assessoria jurídica e equipe de licitação do órgão municipal. O prazo para que a nova licitação fique pronta termina em 15 de maio.G1 Sergipe


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