» » » MPF pede condenação de baiano absolvido em processo de Lula

O órgão pediu também o aumento da pena do ex-presidente Lula
                                         

                                                                            Foto: Reprodução/ Youtube
Absolvido pelo juiz Sérgio Moro na ação que condena o ex-presidente Lula a nove anos e seis meses de prisão no processo de compra do tríplex do Guarujá, o baiano Paulo Gordilho pode ter sua inocência revertida.
Nesta segunda-feira (31), o Ministério Público Federal (MPF) pediu a condenação de Gordilho, que era responsável pela diretoria de engenharia e técnica da OAS. O órgão pediu também o aumento da pena do ex-presidente Lula.
“Sua autoria restou comprovada, primeiramente, pelo fato de que tinha conhecimento, desde o ano de 2011, de que a unidade 164-A do Condomínio Solaris encontrava-se reservada para Lula. Evidenciada, portanto, a participação para a apresentação e aprovação dos projetos por Lula e a ex-primeira dama, tendo consciência de que as modificações executadas no triplex 164-A tinham por objetivo satisfazer os interesses do ex-presidente. Some-se a isso o fato de que Paulo Gordilho participou da segunda visita de Marisa Letícia”, argumenta o MPF.
Ainda segundo o órgão, “no que respeita à aquisição, pela OAS, de móveis da Kitchens para o tríplex 164-A, Paulo Gordilho foi o responsável por indicar a empresa para Roberto Moreira158, tendo, ainda, coordenado a aquisição dos bens, uma vez que era o superior a quem as funcionárias da OAS que mantiveram contato com a Kitchens se reportavam. O próprio acusado chegou a contatar o vendedor da responsável pela venda, Rodrigo Garcia, na época em que negociada a aquisição dos bens, conforme demonstra a análise de seu sigilo telefônico constante no Relatório de Informação nº 37/2017160”.
“Por fim, Gordilho ainda auxiliou Léo Pinheiro na criação de dissimulados centros de custos destinados ao controle das despesas realizadas pela OAS no tríplex”, acusa o parquet.
Na ação em que é inocentado, Moro reproduz conversa entre o baiano e Léo Pinheiro – dono da OAS. Nas mensagens, o engenheiro diz que “o projeto da cozinha do chefe tá pronto”:
Paulo Gordilho: O projeto da cozinha do chefe tá pronto se marcar com a Madame pode ser a hora que quiser.
Léo Pinheiro: Amanhã as 19hs. Vou confirmar. Seria bom tb ver se o de Guarujá está pronto.
Paulo Gordilho: Guarujá também está pronto.
Leo Pinheiro: Em princípio amanhã as 19hs.
Paulo Gordilho: Léo. Está confirmado? Vamos sair de onde a que horas?
Leo Pinheiro: O Fábio ligou desmarcando. Em princípio será as 14hs na segunda. Estou vendo. pois vou para o Uruguai.
Paulo Gordilho: Fico no aguardo.
Leo Pinheiro: Ok.”
Apesar disto, Moro concluiu parecer com o argumento de ser “improvável” que “José Adelmário Pinheiro Filho [Léo Pinheiro] tenha a eles revelado toda a extensão dos fatos, especificamente que a ocultação da real titularidade do imóvel e do real beneficiário das reformas tivesse por origem crimes de corrupção em contratos da Petrobras”.

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