Fonte:Agência Brasil
Pelo menos
quatro ônibus foram incendiados durante a madrugada desta terça-feira (8) na
região metropolitana de Fortaleza. É o sexto dia consecutivo da onda de
violência que atinge o Ceará. Dois desses ataques ocorreram contra coletivos
que faziam linhas de transporte da madrugada em bairros de Messejana, em
Fortaleza. Outra ocorrência foi notificada no município de Aracati, região
metropolitana, onde bandidos atearam fogo em um ônibus da prefeitura, que
estava estacionado na rodoviária da cidade. Também foi registrado incêndio em
um micro-ônibus que transportava passageiros em Maranguape, outro município da
região metropolitana.
As empresas de transporte
público que operam na Grande Fortaleza chegaram a tirar os veículos de
circulação durante a madrugada, mas o transporte foi retomado no início da
manhã.
Além
dos ataques contra o transporte público, a imprensa local informa que um carro
de uma autoescola foi queimado com dois ocupantes dentro do veículo, no
Conjunto São Cristóvão, no Bairro Jangurussu, em Fortaleza. Ambos ficaram
feridos, mas sem risco de morte. Não há outros detalhes sobre o estado de saúde
dos dois ocupantes.
Uma
criança de 5 anos morreu após ser baleada na noite de ontem (7), em Eusébio,
cidade da região metropolitana de Fortaleza. Um jovem de 15 anos também foi
atingido e segue internado. Não há informações sobre a motivação do crime nem
se teria alguma relação com os ataques que vêm ocorrendo no estado.
Criminosos
também tentaram explodir a Ponte dos Tapebas, localizada na BR-222, no
município de Caucaia, na região metropolitana, por volta das 2h. A explosão
danificou parte do piso da ponte, fazendo um buraco no local.
Com mais esses ataques, subiu
para 160 o número de ocorrências notificadas contra veículos, prédios públicos
e comércios desde o início da crise na segurança pública do estado, na semana
passada. Os crimes são atribuídos a facções criminosas que atuam no Ceará, como
o Comando Vermelho (CV) e os Guardiões do Estado (GDE), após o anúncio do
secretário de Administração Penitenciária, Luís Mauro Albuquerque, do
endurecimento de regras no sistema prisional do estado.
Os
ataques dessa madrugada ocorreram também poucas horas depois do Ministério da
Justiça e Segurança Pública ter anunciado o envio
de um efetivo extra de agentes da Força Nacional de Segurança
para o estado, que vão se somar aos 330 homens que já haviam chegado na região
no último sábado (5).
Apoio dos estados
O
governo da Bahia enviou, no fim de semana, um efetivo de 100 policiais
militares do estado para o Ceará, para ajudar no enfrentamento da crise. Outros
três estados também enviarão agentes para reforçar a segurança no território
cearense. Segundo a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) do
Ceará, são 43 policiais militares e agentes de inteligência do Piauí, de
Pernambuco e Santa Catarina.
Prisões
Segundo
o balanço mais recente, pelo menos 148 pessoas foram presas suspeitas de
envolvimento nos ataques. O clima na capital cearense é de uma certa apreensão
e de grandes dificuldades para população, especialmente no transporte
público.
Os
ônibus da capital circularam nessa segunda-feira, durante o dia, com escolta
policial, mas a frota disponibilizada foi 30% menor do que o normal, o que
prejudicou a chegada ao trabalho para milhares de pessoas.
Além
disso, a cidade sofre com problemas na coleta de lixo, que se acumula nas ruas
e principais avenidas da capital. Com os ataques, as empresas que atuam na
limpeza também reduziram a circulação de caminhões que recolhem os
resíduos na cidade.