Fotos: Max Haack/Secom |
“É um
trabalho importantíssimo dentro deste contexto de grandes investimentos que
realizamos no Centro Histórico de Salvador, onde já injetamos cerca de R$ 300
milhões em diversas obras. Claro que o Terreiro de Jesus é uma das praças mais
importantes da cidade, e não há como não ficar emocionado ao chegar aqui e ver
essa beleza que já é patrimônio da humanidade e berço da cultura de nossa
capital, hoje mais bonito e inteiramente requalificado para atender a todos que
vem conhecer nossa cidade”, disse ACM Neto.
nspiração – A última intervenção importante feita na praça do Terreiro de Jesus ocorreu no início da década de 1950, em reforma idealizada pelo arquiteto paisagista Burle Marx, caracterizada pela repaginação do piso com formas orgânicas e sinuosas, plantio de novas espécies, inserção de bancos ao redor das árvores, manutenção do chafariz e de algumas espécies arbóreas pré-existentes. O material utilizado no piso, como a pedra portuguesa, os seixos rolados pretos e as conchas da região, assim como a permanência do chafariz existente na praça, reforçavam a identidade do lugar. Por sinal, os projetos de Roberto Burle Marx para praças, parques e jardins foram idealizados e executados segundo conceitos até hoje inovadores e atuais. Ao longo do tempo, o Terreiro de Jesus sofreu diversas descaraterizações, com a supressão e/ou modificação de elementos urbanísticos e paisagísticos. O projeto atual, coordenado pela Fundação Mario Leal Ferreira (FMLF) e desenvolvido pelo escritório A&P Arquitetura e Urbanismo, consiste no resgate da proposta de Burle Marx com as atualizações funcionais e paisagísticas necessárias para os tempos atuais. “Todas as obras da Prefeitura têm o objetivo de gerar emprego e renda para a população.
Um dos espaços de grande importância histórico-cultural de Salvador, existente desde o início da colonização do Brasil por Portugal, a praça do Terreiro de Jesus está localizada no coração do Centro Histórico da cidade, no Pelourinho.Está inserido em área tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e considerada Patrimônio Cultural da Humanidade desde 1985 pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
Queremos atrair recursos para o
Centro Histórico da cidade, que é o coração de Salvador e daqui irradia energia
para toda a capital. Hoje é um dia histórico para esta cidade. E nós temos a
capacidade de resolver problemas de Salvador. Aqui, no terreiro, recuperamos a
pavimentação, as pedras, os jardins e o monumento em homenagem à deusa Ceres.
Trabalhamos na iluminação para que tudo ficasse alinhado ao ambiente de um dos
lugares mais bonitos do mundo”, afirmou Bruno Reis.
Foram
executadas as seguintes intervenções:
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Recuperação do desenho de piso proposto por Burle Marx, com adequações pontuais
quanto à paginação e especificações de materiais. Foi utilizada a pedra portuguesa
(preta e branca), seixo rolado preto, faixa de granilite com conchas molusco
“chumbinho”;
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O chafariz foi restaurado pela Fundação Gregório de Matos (FGM);
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Reintrodução do canteiro de formas sinuosas com planto de espécies herbáceas e
arbustivas, seguindo o projeto original;
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Resgate da massa arbórea proposta originalmente, proporcionando considerável
aumento de área sombreada na praça;
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Remoção das rampas existentes e introdução de novas rampas curvas nas esquinas
da praça, permitindo acessibilidade mais próxima às linhas de fluxo de
pedestres;
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Limpeza visual de todo o espaço com a remoção de postes, quadros de energia,
cabeamentos aéreos, placas de sinalização e outros elementos arquitetônicos ou
de sinalização;
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Implantação de nova iluminação cênica e pública, buscando minimizar o impacto
visual e valorizar os elementos da praça;
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Atualização do mobiliário urbano, com a inserção de bancos em granito e
lixeiras metálicas.
História –
Nos primeiros anos da década de 1550, pouco tempo depois da fundação de
Salvador pelo governador-geral Tomé de Sousa, os jesuítas receberam a área
norte da nova cidade, na qual os padres da ordem, liderados por Manuel da
Nóbrega, construíram uma primeira capelinha de taipa e o primeiro edifício do
Colégio dos Jesuítas. Devido à presença dos padres da Companhia de Jesus, o
largo em frente passou a ser conhecido como “Terreiro de Jesus”.
Anos
se passaram e a beleza do lugar continua chamando atenção de soteropolitanos e
turistas, especialmente por ser a única praça do Brasil que está inserida em um
conjunto arquitetônico onde há igrejas seculares ao seu redor: Catedral
Basílica, Igreja da Ordem Terceira de São Domingos, Igreja de São Pedro dos
Clérigos e Igreja e Convento de São Francisco, além da primeira Faculdade de
Medicina do país.
A
fonte do Terreiro foi interligada ao primeiro sistema de abastecimento de água
do Brasil, o Sistema do Queimado. Ela traz a escultura de Ceres e de quatro
mulheres que representam os rios baianos São Francisco, Paraguaçu,
Jequitinhonha e Pardo.
Ações interligadas –
Nos últimos anos, a região do Centro Histórico tem sido alvo de um conjunto de
iniciativas da Prefeitura. Medidas que vieram proporcionar a dinamização e
reocupação dos espaços públicos que estavam degradados ou subutilizados pela
população.
No
Comércio, por exemplo, já foram entregues a nova Praça da Inglaterra e o Hub
Salvador. No mesmo bairro, estão em andamento as obras de requalificação da Rua
Miguel Calmon, da Praça Cairu e da Praça Marechal Deodoro. O Comércio vai ganhar
ainda o Polo de Economia Criativa e será beneficiado com a recuperação do
Elevador do Taboão, que não funciona há mais de 50 anos e cujas obras já foram
iniciadas.
Outros
destaques são as inéditas obras de revitalização que estão em andamento na
Avenida Sete de Setembro e Praça Castro Alves e no Mercado de São Miguel (Baixa
dos Sapateiros). A Prefeitura vai requalificar ainda os terminais rodoviários
da Barroquinha e do Aquidabã. A revitalização da Rua Cônego Pereira já está em
andamento.
A
lista de ações ainda contempla a requalificação da muralha do frontispício e
dos arcos da Ladeira da Montanha, que terão ordem de serviço em breve, além da
implantação do Museu da Música e do Arquivo Público Municipal, a serem
instalados no Comércio.
Fomento à ocupação –
Além de intervenções urbanísticas, a gestão municipal tem investido em
equipamentos e atrações culturais para incentivar o movimento de pessoas no
Centro Histórico o ano inteiro, a exemplo da Casa do Carnaval e do projeto
Pelourinho Dia e Noite.
Vale
lembrar que está em elaboração pela Fundação Mário Leal Ferreira (FMLF) um
projeto habitacional de ocupação de imóveis para moradia no Centro Histórico,
com a utilização de casarões abandonados. Além disso, cerca de 80% dos órgãos
da Prefeitura serão transferidos para o Comércio até 2020.