» » Procurador contradiz Bolsonaro e pede arquivamento do caso de Hélio Negão na PF do Rio

O presidente Jair Bolsonaro e o deputado Helio Negão durante a abertura da Copa América, em junho de 2019 - Marcos Corrêa - 14.jun.19/Presidência da República
O Ministério Público Federal não viu crime no despacho de um delegado da Polícia Federal no Rio de Janeiro que foi um dos pivôs da crise entre a corporação e o presidente Jair Bolsonaro iniciada em agosto do ano passado.
A Procuradoria solicitou em fevereiro o arquivamento do inquérito que apurava a inclusão do nome do deputado federal Hélio Lopes (PSL-RJ), amigo do presidente, numa investigação sobre crimes previdenciários. O caso, sob sigilo, foi devolvido pela Justiça à PF. O ex-ministro da Justiça Sergio Moro pediu na ocasião apuração sobre o episódio, dizendo haver suspeita de que o responsável pelo inquérito tenha colocado o nome de forma proposital para desgastar o então superintendente da PF no Rio de Janeiro, Ricardo Saadi, com o presidente.
A inclusão do nome do deputado, amigo próximo de Bolsonaro, foi um dos motivos da tentativa de interferência do presidente na Superintendência do Rio de Janeiro em agosto do ano passado.
Duas semanas após o despacho do delegado Leonardo Tavares incluir o nome do deputado, Bolsonaro afirmou que iria tirar Saadi do cargo. Na ocasião, atribuiu a decisão à produtividade da superintendência.
Logo após ter anunciado a mudança, Bolsonaro disse que o novo chefe seria o atual superintendente do Amazonas, Alexandre Saraiva. A direção da PF, no entanto, já tinha outro nome, o do então superintendente de Pernambuco, Carlos Henrique Oliveira, e soltou uma nota se posicionando nesse sentido. Oliveira acabou nomeado meses depois.
A interferência na PF do Rio de Janeiro voltou a ser tema neste ano, o que motivou, entre outras razões, a saída de Moro do ministério. O ex-ministro afirma que o presidente tinha especial interesse em controlar a nomeação do chefe da PF no estado.
O novo diretor-geral da PF, Rolando Alexandre, trocou o chefe da corporação no Rio de Janeiro, nomeando Tácio Muzzi, cuja escolha foi vista com bons olhos pela categoria.
O procurador Eduardo Benones, responsável pelo controle externo da atividade policial no MPF, afirmou em seu parecer que “não é possível afirmar que a inclusão teria sido feita fraudulentamente, uma vez que é plausível a intenção de averiguar a possibilidade do Hélio Negão citado pelo investigado ser a mesma pessoa que o deputado federal eleito em 2018”.
Em depoimento, o delegado Leonardo Tavares, responsável pelo inquérito, afirmou que um investigado disse ter concedido pensões supostamente irregulares a pedido de uma pessoa conhecida como Hélio Negão, que tinha objetivo de se candidatar a vereador e buscava obter votos por meio dos benefícios.
O delegado disse que o nome do deputado federal foi evidenciado durante as eleições de 2018, motivo pelo qual, em abril de 2019, decidiu verificar se o investigado se referia ao amigo do presidente eleito para a Câmara dos Deputados.
Quem é Helio Negão, deputado que aparece sempre ao lado de Bolsonaro

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