» » Cunha é condenado a mais 15 anos de prisão por corrupção e tem Porsche Cayenne confiscado

 A denúncia do MPF que resultou na condenação desta quarta, aponta que os pagamentos foram feitos a offshores e, em seguida, repassados a Eduardo Cunha.

Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

O ex-presidente da Câmara está em prisão domiciliar desde março por causa do novo coronavírus. Ele possui outras duas condenações, uma a 24 anos e 10 meses de reclusão da 10ª Vara Federal de Brasília, e outra do Paraná a 14 anos e seis meses de prisão.

De acordo com a denúncia do Ministério Público Federal na ação que resultou na condenação desta quarta-feira, os pagamentos da propina foram feitos para offshores e, em seguida, repassados a Cunha, entre outras formas, por meio de doações simuladas para Igreja Evangélica Assembleia de Deus e da locação de jatos executivos para o então parlamentar e pessoas próximas.

Os pagamentos tiveram participação de Julio Camargo, representante do estaleiro, e foram acertados com o então diretor internacional da Petrobras, Nestor Ceveró.

“A prática do crime de corrupção envolveu o pagamento de propinas de pelo menos US$ 10 milhões nos contratos de fornecimento dos navios sonda, um valor muito expressivo. Consequências também devem ser valoradas negativamente, pois os atos praticados vieram em derimento da coisa pública, pois atingiram diretamente a lisura do processo seletivo para contratação dos navios sonda, afastando a oportunidade de outras empresas interessadas participarem e eventualmente vencerem regularmente o processo licitatório”, assinalou o magistrado na sentença desta quarta-feira.

O juiz ainda destacou que Cunha traiu seus eleitores ao tirar proveito financeiro da função que exercia.

“A culpabilidade é elevada. O acusado recebeu vantagem indevida no exercício do mandato de deputado federal, de 2012 a 2014. A responsabilidade de um parlamentar federal é expressiva e, por conseguinte, também a sua culpabilidade quando pratica crimes. Ademais, traiu o voto de confiança que recebeu do povo para obter ganho próprio. Soma-se a isso o nível de instrução, que é indicativo de ter plena consciência dos atos irregulares praticados.”

O magistrado também afirma que ficou provado o pagamento de, pelo menos, R$ 1,5 milhão a Cunha. Para ressarcir esses valores, é que foi determinado o bloqueio do Porsche (veículo pode custar entre R$ 450 mil e R$ 956 mil), e de outros três carros, que pertencem à empresa de Cunha, a Jesus.com.

“Os veículos Porsche Cayenne S, Ford Fusion AWD GTDI, e Ford Edge V6, por sua vez, foram adquiridos em nome da empresa Jesus.com (antiga C3 Atividades de Internet), cujo sócio majoritário é Eduardo Cunha, com 95% das cotas, e sobre a qual recaem fortes indícios de que teria sido utilizada por Eduardo Cunha para o recebimento de verbas ilícitas”, escreve o juiz na sentença.

O quarto carro é um Hyundai Tucson GLS 27L, pertencente a uma outra empresa do deputado cassado.

A defesa de Cunha classificou a sentença como “estarrecedora”e disse que o processo é “reconhecidamente sem provas”.

As informações são do jornal Extra


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