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O governador da Bahia, Rui Costa (PT), anunciou nas redes sociais que vai à Brasília na próxima semana para tratar do fechamento da Ford.

Foto: Reprodução / Google fotos

Por Henrique Brinco

O governador da Bahia, Rui Costa (PT), anunciou nas redes sociais que vai à Brasília na próxima semana para tratar do fechamento da Ford. O gestor tenta buscar alternativas para a saída da montadora do Estado e reduzir o impacto econômico. Ele promete iniciar rodadas de conversas com outros países para buscar alternativas.

"Na próxima terça, irei a Brasília para participar de reuniões nas embaixadas da Índia, do Japão e da Coreia do Sul com o objetivo de apresentar oportunidades de investimento na #Bahia, com destaque para o parque industrial da Ford, em Camaçari, que é o maior da América do Sul. Também continuaremos em diálogo com a embaixada da China para ampliarmos a parceria que já rendeu resultados, como o VLT do Subúrbio e a Ponte Salvador-Itaparica. Não vou medir esforços para recuperar os empregos perdidos com o encerramento das atividades da Ford no Brasil", declarou, em nota ontem.

O petista afirmou que não abre mão de manter em operação na Bahia a cadeia produtiva da indústria automobilística. E aproveitou para criticar o governo do presidente Jair Bolsonaro. "Se o Governo Federal não tem passado confiança necessária para atrair novas indústrias e manter as que estão em operação, vamos mostrar ao mundo que a Bahia é diferenciada!", alfinetou.

A Prefeitura de Camaçari vem desde o início da semana fazendo uma previsão sobre as perdas com a saída da empresa, no que se refere a arrecadação municipal. De acordo com a Secretaria da Fazenda (Sefaz), o prejuízo anual em Imposto Sobre Serviços (ISS) vai ser em torno de R$ 30 milhões, que será sentido já a partir do fechamento da fábrica. Enquanto que a perda estimada na receita de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) será de R$ 100 milhões a partir de 2023.

Segundo a Secretaria do Desenvolvimento Econômico (Sedec) quanto ao desemprego e geração de renda, o prejuízo é incalculável e terá impacto na vida de milhares pessoas. Atualmente, a empresa possuía cerca de 1.600 funcionários diretos, além dos empregos indiretos relacionados ao setor de autopeças. Todos serão afetados pelo fechamento da fábrica.

Nesta semana, o prefeito Elinaldo (DEM) participou da reunião por meio de videoconferência. Na oportunidade, o gestor falou que o essencial agora é o governo trabalhar para reduzir os impactos para a população. De acordo com o secretário de Governo, José Gama Neves, a ideia é adequar a legislação municipal para que se torne uma porta de entrada para novas empresas, consequentemente um caminho de geração de emprego e renda para o município e, dessa forma, dar garantia e transmitir segurança à população, de que Camaçari continuará seguindo o caminho do progresso. “Cabe à gestão apontar caminhos e saídas, além de ter o entendimento legal e jurídico para que possamos atingir esse objetivo”, ressaltou.

Ainda segundo o secretário, o governo está se adaptando a essa nova realidade municipal. “Diante disso, a gestão precisa mostrar uma pauta concreta de enfrentamento, com estudo da legislação vigente no município para adaptação no sentido de viabilizar a manutenção das empresas, incentivar o crescimento delas e também a chegada de novos investimentos, seja no setor de turismo, indústria, comércio, entre outros, para que possam gerar uma contrapartida positiva e a população não sinta, de forma drástica, a presença da crise no município”, completou.

A unidade de Camaçari, que produzia o SUV compacto EcoSport e o compacto Ka nas versões hatch e sedã, será fechada imediatamente, mantendo-se apenas a fabricação de peças por alguns meses para garantir disponibilidade dos estoques de pós-venda. No entanto, será mantido o Centro de Desenvolvimento de Produto. A Ford foi a primeira montadora do Nordeste. Instalada em Camaçari em 2001, teve investimento inicial de U$ 1,2 bilhão e chegou a produzir 250 mil carros por ano.



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