» » Professor investiga história evolutiva dos seres vivos a partir dos peixes

Quem nunca assistiu a filmes como Jurassic Park e Era do Gelo e ficou imaginando quão diversas são as espécies de seres vivos que habitam ou já habitaram o planeta? Apesar de se tratar de uma animação, os filmes atiçam a curiosidade das crianças em saber sobre a história da vida na Terra e sobre as relações entre os seres vivos do presente e do passado. Embora esses filmes sejam obras de ficção, uma pesquisa desenvolvida pelo professor da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb), Pedro Rizzato, busca investigar a história evolutiva dos seres vivos, em especial dos peixes, e suas relações de parentesco ao longo da evolução.

A ideia de estudar as relações de parentesco entre os animais surgiu ainda na faculdade de biologia, associada ao encantamento de Pedro pela diversidade de formas existentes dos seres vivos. “Sempre busquei entender como essa diversidade surgiu no planeta. Durante o meu mestrado, me interessei de maneira especial pelos peixes, em parte por se tratar de um grupo muito diverso em termos de número de espécies (são mais de 35 mil no mundo todo) e também de formas e modos de vida”, explicou, destacando que estudar as características e a anatomia desses animais ajuda a entender como eles se relacionam e as possíveis mudanças ao longo da história evolutiva de cada um.

Apesar do tema ser comum entre pesquisadores da área, o professor lembra que cada trabalho foca em um determinado grupo de seres vivos para entender sobre a história de evolução das espécies. “O meu estudo, por exemplo, é focado em um traço da anatomia dos peixes que foi pouco estudado, que é um sistema sensorial que lhes permite sentir movimentos na água ao redor dos seus corpos”, afirmou. A pesquisa de Pedro segue uma linha que usa as características desse sistema para tentar identificar as relações de parentesco evolutivo entre as espécies.

O projeto também utiliza abordagens inovadoras que combinam arte e ciência. Segundo Pedro, por se tratar de um estudo da anatomia dos animais, é importante que seja registrado e ilustrado tudo aquilo que foi observado e descrito nas espécies estudadas para que os próximos pesquisadores tenham acesso a esses detalhes. “Utilizamos desenhos, fotografias, radiografias e imagens de microscopia ou de CT-scan que envolvem muitos aspectos estéticos e principalmente artísticos. Historicamente, a arte e a pesquisa científica em anatomia sempre estiveram ligadas. Pintores e escultores famosos, como Leonardo Da Vinci, foram também grandes anatomistas”, contou.

Pedro espera que a pesquisa, que está em sua fase final, contribua oferecendo uma grande riqueza de detalhes para os próximos pesquisadores a se debruçarem sobre o tema, bem como para um melhor entendimento da história evolutiva dos vertebrados, grupo de animais do qual os seres humanos fazem parte. “Nós conhecemos muito pouco a diversidade de seres vivos que dividem o planeta conosco. Conhecemos menos ainda sobre as relações entre eles e suas histórias evolutivas. Nós fazemos parte dessa história, e devemos buscar saber mais sobre ela. Apesar de diversas espécies estarem em extinção, como todas as espécies estão relacionadas entre si, cada uma delas pode nos ajudar a entender melhor a nossa história evolutiva e, por isso, cada espécie que desaparece é um pedaço de história que perdemos a chance de conhecer melhor”, conclui.

Bahia Faz Ciência

A Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) e a Fundação de Amparo à Pesquisa da Bahia (Fapesb) estrearam no Dia Nacional da Ciência e do Pesquisador Científico, 8 de julho de 2019, uma série de reportagens sobre como pesquisadores e cientistas baianos desenvolvem trabalhos em ciência, tecnologia e inovação de forma a contribuir com a melhoria de vida da população em temas importantes como saúde, educação, segurança, dentre outros. As matérias são divulgadas semanalmente, sempre às segundas-feiras, para a mídia baiana, e estão disponíveis no site e redes sociais da Secretaria e da Fundação. Se você conhece algum assunto que poderia virar pauta deste projeto, as recomendações podem ser feitas através do e-mail comunicacao.secti@secti.ba.gov.br.

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