» » Dez anos após ser atropelada por ônibus, mulher ainda aguarda pensão de dois salários mínimos

Tânia Regina Santos foi atropelada em setembro de 2011, no bairro da Federação.

Foto: Divulgação

Um acidente de trânsito tira a possibilidade de trabalho e obriga a vítima a aguardar mais de 10 anos pela reparação na Justiça. Esta é a realidade de Tânia Regina Santos, de 56 anos. Ela era coletora de material biológico e estava de moto, quando foi atingida por um ônibus no bairro da Federação, em Salvador. O acidente aconteceu em setembro de 2011 e hoje, mais de 10 anos depois, a vítima ainda busca uma solução na Justiça. 

“Esse acidente acabou comigo. Eu só queria poder ter uma vida digna. É muita injustiça o que acontece com quem não tem dinheiro nesse país”, diz emocionada ao se lembrar do caso. No dia do acidente, o motorista da empresa TOL - Locação de Transportes - que na época fazia parte da Concessionária Litoral Norte - fugiu sem prestar socorro. 

Tânia foi socorrida por um estranho na rua e passou 12 dias em coma. Foram duas cirurgias para substituir parte do fêmur por uma prótese. O atropelamento deixou sequelas que interferem na vida da ex-moto girl até hoje.  “Tem mais ou menos três anos que tive que deixar minha casa em Salvador, para morar de favor aqui na Ilha porque a minha casa lá tem muitas escadas, eu vivia caindo e precisando ir para emergência. Aqui pelo menos é plano”, detalha. 

O sonho de uma vida digna e uma casa adaptada à sua nova realidade foi o que levou Tânia a buscar uma indenização na Justiça. Em primeira instância conseguiu uma indenização de R$ 200 mil - por danos morais e materiais - além de uma pensão no valor de 2 salários mínimos a serem pagos até a sua plena recuperação. A empresa recorreu e conseguiu a diminuição da indenização em 50%. A pensão foi mantida até os 75 anos. 

Um novo recurso quer levar o processo ao Superior Tribunal de Justiça para tentar reduzir também o valor da pensão. “Eles argumentam que o valor de um salário mínimo é suficiente porque era o que eu ganhava quando trabalhava. Mas eu preciso de um lugar adaptado pra morar, não tenho nem condições de pagar um plano de saúde”, diz Tânia que vive com o valor de sua aposentadoria, já que não tem mais condições de voltar a atividade que exercia antes. 

Metro1 procurou a TOL Ondina pelos telefones disponíveis online, mas não teve sucesso no contato. Para Tânia, fica o desejo de justiça e a vontade de encerrar 10 anos de batalha judicial. “Até hoje ao falar nesse assunto eu me emociono. É muita dor”. finaliza.

Fonte:metro1


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