» » Candomblecistas reagem a mudança de nome das Dunas de Itapuã

As entidades acusam que o projeto vai cercear o direito da comunidade do candomblé e também a indígena.
Foto: Divulgação / Secom

Manifestantes de movimentos ambientalistas e lideranças de religiões de matriz africana protestaram contra o anúncio da requalificação e urbanização das Dunas de Itapuã, na manhã de ontem, que receberão o nome de Monte Santo. Os alvos principais foram o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (UB), e o atual gestor, Bruno Reis (UB) 

Os candomblecistas presentes ao protesto são contrários à mudança de nome do local, que seria chamado de “Monte Santo Deus Proverá” – no anúncio oficial, o nome do espaço será apenas Monte Santo. As entidades acusam que o projeto vai cercear o direito da comunidade do candomblé e também a indígena de utilizarem a área para promoverem encontros e obrigações. 

Os manifestantes também cercaram os dois quando saíam do ato de anúncio da requalificação. O projeto prevê, dentre outros objetivos, uma ampla urbanização da área, com instalação de toda a infraestrutura necessária para dar suporte aos frequentadores do lugar. 

Segundo nota da Prefeitura, "a intervenção foi pensada para que as atividades rotineiras, dentre elas as religiosas, ocorram em plena consonância com a natureza, de modo a preservar as características originais do local". "Além disso, será instalado na região um receptivo para dar suporte aos visitantes com informações sobre o monte, e fazendo campanhas educativas de preservação do meio ambiente", declarou a Secretaria de Comunicação, em nota. 

A previsão é de que as intervenções nas Dunas de Itapuã sejam realizadas em uma área de 5.654 m², sendo 1.900 m² de área construída, com investimento de R$5 milhões, aproximadamente. O projeto prevê ainda a instalação de sede da administração, sanitários, estacionamento, e um Núcleo de Orientação Ambiental, com auditório para 50 pessoas. 

A arquitetura do equipamento, com formas inclinadas, remete ao desenho das dunas e à elevação ao sagrado. A requalificação prevê também a construção de escadaria em madeira, pavimentação, paisagismo, equipamentos de lazer, iluminação, passeio, deque e mirante, além de macro e microdrenagem, dentre outros itens. 

Bruno Reis defendeu o projeto: "É fundamental a união de todos. Uma cidade com as características de Salvador é para todos os habitantes. E a Prefeitura se preocupa com todos na cidade, por isso mesmo somos totalmente contra a intolerância religiosa. Este projeto está de acordo com as regras e as leis ambientais, preservando a natureza, as dunas, atendendo todos os princípios para cuidar e preservar este patrimônio riquíssimo". 

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