» » Mais que ovos de chocolate e coelhinhos: saiba o real significado da Páscoa para os cristãos

A igreja católica inicia a celebração da Páscoa com o começo da quaresma, um período de 40 dias dedicados ao jejum e a oração pelos fiéis, até a chegada da festa que marca a passagem de Cristo.

Todos os anos a chegada do período pascoal é cercado de grande expectativa, com a chegada nas lojas dos deliciosos ovos de chocolate, que este ano estão mais caros, assim como os ingredientes do almoço tradicional.

Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

Nas escolas, atividades manuais e eventos estão voltados para o tema. E na TV, o famoso coelhinho da Páscoa diversifica o seu papel participando de anúncios promocionais variados. Mas, qual o significado real da Páscoa e o sentido de celebrá-la?

“Nós celebramos de maneira intensa nesses dias o mistério da vida, da Paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo”, respondeu o arcebispo metropolitano de Feira de Santana, Dom Zanone Castro, em entrevista ao Acorda Cidade.

Ele afirma que para os cristãos a Páscoa representa, na verdade, a salvação dada por Deus, através da vida de Jesus.

“Ao celebrar esses dias, temos presente a tradição judaica, a memória que se faz da saída dos judeus do Egito, da passagem do deserto para uma terra prometida. E Jesus realiza em sua vida, num momento próprio da sua caminhada, num encontro com os seus amigos, uma última ceia que celebra esse mistério: toda a vida de Jesus, cada gesto, o modo como viveu, a maneira como se relacionou, a compreensão de mundo, e a sua identidade de salvar e resgatar a todos, não só o povo de Israel, não apenas as pessoas da sua realidade.”

A igreja católica inicia a celebração da Páscoa com o começo da quaresma, um período de 40 dias dedicados ao jejum e a oração pelos fiéis, até a chegada da festa que marca a passagem de Cristo.

“Celebrar a Semana Santa é celebrar aquilo que é essencial para o cristianismo, que é a sua fé, sua doutrina, sua celebração em sua realidade mística. O calendário da Páscoa é uma festa judaica e cada ano, como observamos, é diferente, porque o calendário que se segue não é como o que nós temos, que é o calendário Gregoriano. Nesse tempo, somos chamados a aprofundar a nossa intimidade com Deus. A Quaresma e, sobretudo, o tempo da Semana Santa, é um tempo forte de oração para fortalecer a nossa intimidade com Deus através de práticas religiosas, da celebração da Palavra e dos Mistérios”, destacou.

Foto: Ed Santos/ Acorda Cidade

A Páscoa, conforme o arcebispo, é também um momento para o reencontro do ser humano consigo mesmo. De ter consciência de quem somos, percebendo os nossos limites e fragilidades.

“Todos somos pecadores, e a penitência é justamente esta proposta de que nossa fragilidade, nossos erros e tendências não devem prevalecer. Precisamos nos fortalecer, ter uma postura de renúncia e mortificação, e a penitência representa um encontro com nós mesmos. A quaresma também é um tempo de caridade e preocupação com o outro. Por isso, a realização da Campanha da Fraternidade, que esse ano traz bem presente a realidade da educação de modo integral, das pessoas, do professor e do estudo.”

Ainda seguindo a tradição católica cristã, a passagem do tríduo pascoal aponta para os últimos passos de Jesus: Paixão, morte de cruz e ressurreição.

“Com a sua paixão e morte de cruz houve um grande silêncio, e não se celebra nenhum sacramento, então desde a hora terceira, às seis horas da tarde, até a vigília pascoal. E no sábado, nos preparamos para a grande vigília, o Sábado de Aleluia. O jejum neste período é uma tradição de várias religiões, pois Jesus foi ao deserto, foi tentado, e jejuou durante 40 dias. Na celebração de Páscoa compreendemos que a morte foi vencida, Jesus não ficou preso ao madeiro e nem cresceu a grama sobre o seu túmulo. Ele vive! Essa é a fé da igreja, a presença de Jesus.”

Dom Zanone Castro conclui seu pensamento sobre o real valor da Páscoa para os cristãos, afirmando que o significado da morte e ressurreição de Cristo serviu ainda para mostrar a luta contra toda morte, toda tortura e contra toda a escravidão.

“Esta é a grande mensagem da vida. Por isso que toda a realidade marcada pelo extermínio, toda tortura, deve ser excluída. Nós, como cristãos, devemos lutar para defender a vida de cada adulto e cada criança.”

Este ano as celebrações de páscoa na Igreja Matriz e nas comunidades que fazem parte da Arquidiocese de Feira de Santana ocorrerão de forma presencial e com uso opcional das máscaras, mas seguindo ainda alguns protocolos de segurança contra a covid-19.

“Estamos superando a fase mais crítica da pandemia, mas vamos observando as autoridades flexibilizando a participação das pessoas, o uso de máscaras, e vamos continuar celebrando esse momento nas mais de mil comunidades da igreja de Feira de Santana e cada uma vai celebrar a sua fé, nas matrizes, como também em nossa catedral. E um momento que reúne todos os padres é a missa da unidade, do Santo Crisma, quando são abençoados os olhos do sacramento e os padres renovam seus compromissos sacerdotais.”

 Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade.

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