» » » » » Número de candidatos religiosos cresce 87,5% na Bahia em relação à eleição de 2018

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O número de candidatos que se utilizam da religião para angariar votos cresceu ao menos 87,5% na Bahia neste ano, se os dados forem comparados com as eleições gerais de 2018.

As informações foram extraídas a partir de dados disponibilizados de forma pública pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com os perfis dos candidatos nos pleitos de 2018 e 2022.

Neste ano, são 45 que se candidataram e utilizaram nomes religiosos nas urnas ou tinham como ocupação algum cargo em diferentes matrizes religiosas. São 39 pastores e outros seis bispos de igrejas baianas. Dois deles tentam reeleição na Câmara: Pastor Sargento Isidório (Avante), na Câmara, e Carlos Ubaldino (PDT).

Em 2018, foram ao menos 24 pessoas que se candidataram nestas condições. No último pleito, três candidatos tinham como profissão a religião. Foram eles: Pai Robinho e Missionária Andrea Silva, ambos do Pros, e Bispo Márcio Oliveira (PSC). Nenhum deles foi eleito. 

Houve, ainda, outros 21 que tinham ocupações diversas, mas que usavam na urna nomes de cargos religiosos, como pastor, bispo ou reverendo. Destes, apenas quatro foram eleitos: Pastor Sargento Isidório (Avante) e Abílio Santana (PL), na Câmara, e Carlos Ubaldino (PDT) e Pastor Tom (PSC) - este teve o mandato cassado pelo TSE por ausência de filiação partidária no registro de candidatura na eleição de 2018 -.

Abílio retirou do seu nome de urna a palavra "pastor", mas tenta reeleição a deputado federal. Tom, por sua vez, tentará o retorno à Assembleia Legislativa (AL-BA). 

NÚMERO PODE SER MAIOR

O contingente de religiosos é, certamente, maior que os 45 registrados nesta eleição. Isto porque parte deles não possui atribuições de igrejas em seus nomes de urna, tampouco oficializaram a candidatura tento estes cargos como ocupação.

São os casos do bispo Márcio Marinho e Alex Santana, na Câmara, e Samuel Jr., na AL-BA. Todos têm duas coisas em comum: são do Republicanos e tentam reeleição ao Legislativo.

O crescimento destas candidaturas se dá numa sistemática utilização dos políticos da religião como fator para angariar capital político. Esta é uma das bases de atenção, inclusive, dos candidatos à presidência.

O presidente Jair Bolsonaro (PL), desde a pré-campanha em 2018, faz acenos a este público. Atrás do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas pesquisas de intenção de voto, o chefe de Estado vem reforçando a narrativa de "Deus, pátria e família" para se manter à frente do petista no extrato evangélico da população.

Segundo última pesquisa Datafolha, divulgada na última quinta-feira (18/8), Bolsonaro pontua 49% entre os evangélicos, enquanto Lula tem 32%. Entre os católicos, religião mais praticada pelos brasileiros, o ex-presidente venceria por 52% a 25%. Contudo, os evangélicos se consolidam, cada vez mais, como grupos politicamente mais engajados.

Na eleição em âmbito baiano, a presença de religiosos vem sendo usada de forma estratégica, principalmente por ACM Neto (União), líder absoluto nas pesquisas de intenção de voto. Ele conseguiu angariar os apoios de Republicanos e PSC, mesmo com investidas feitas pelo candidato João Roma (PL), apoiado por Bolsonaro. 

Neto consolidou o Republicanos como o principal partido na briga que elevou Ana Coelho a sua candidata a vice. Antes dela, nomes como Márcio Marinho, Edylene Ferreira e Marcelo Nilo eram especulados - Nilo, inclusive, chegou a ser o principal cotado para a posição.

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