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Dois homens foram resgatados de um alojamento precário, no município de Feira de Santana, a 110 km de Salvador. O caso foi registrado pelas autoridades do Ministério Público do Trabalho (MPT), enquanto investigavam a denúncia de trabalho escravo no imóvel utilizado por trabalhadores.
Segundo MPT, o local onde as vítimas estavam vivendo, nos fundos de uma oficina de tratores, no bairro de Lagoa Salgada, era um galpão sem energia elétrica e nem instalações sanitárias, onde o empregador armazenava materiais de construção e entulhos.
O resgate foi feito na última quinta-feira (18/08), mas o caso permaneceu em sigilo até esta segunda-feira (22/8), quando um representante do empregador foi ouvido e iniciou as negociações para pagar a rescisão dos homens que estavam ocupados como gesseiros em Feira de Santana.
Os trabalhadores já estão sendo atendidos pela assistência social do município e deverão receber nos próximos dias a primeira das três parcelas do seguro-desemprego especial para vítimas do trabalho escravo.
Em depoimentos prestados à equipe que fez o resgate, os doi contaram que foram contratados para fazer serviços de gesseiro em obras diversas e que, apesar de terem tido as carteiras de trabalho solicitadas para formalização dos contratos, não recebiam salário com regularidade. “Quando tinha serviço, ele dava R$50 por dia, quando não tinha a gente não recebia nada”, afirmou um deles.
Enquanto aguardavam novas obras, os dois permaneciam alojados num galpão onde o empregador armazenava placas de gesso acartonado, tábuas, arames e vergalhões, dentre outros materiais de construção e entulho. A alimentação não era fornecida pelo empregador.
Os relatos revelaram que os dois não tinham acesso a sanitários no local e que tinham que fazer suas necessidades e enterrar. Para tomar banho, usavam água armazenada em um tonel, utilizado anteriormente para guardar gesso. De lá também tiravam a água para beber e preparar alimentos.