Siga-nos no instagram @tvconexao33
Era por volta de 4h30 da manhã do dia 29 de agosto, quando Edina Pereira de Brito, de 27 anos, saiu para trabalhar, como de costume. Ela, que é moradora do povoado da Fazenda Comatai, em Antônio Cardoso, a 139 km de Salvador, é funcionária de uma fábrica de calçados e sempre deixava os seus dois filhos dormindo com a vizinha que mora na área dos fundos da sua casa, Juscilene, só para os pequenos não ficarem sozinhos. O menino, de 4 anos, estuda pela manhã e acorda mais cedo para ir à escola. A irmã, de 9, ficava na casa da vizinha, pois estuda no horário da tarde.
No entanto, na noite do dia 28, um domingo, uma festa aconteceu na cidade e a menina resolveu dormir com a mãe, na casa da frente. Na manhã seguinte, na segunda-feira (29), Edina saiu no mesmo horário e deixou a filha em sua cama, sem imaginar o perigo que a pequena estava correndo.
Um homem, que aparenta ter entre 22 e 24 anos e mora pela redondeza, entrou pela janela da casa de Edina e gritou o nome da menina duas vezes para certificar se havia alguém na residência. Sem nenhum adulto no local, ele se deslocou para o quarto da mãe, onde a menor estava dormindo e estuprou a menina. Após o ato, o suspeito ainda conseguiu se limpar no banheiro da casa e saiu pelo mesmo lugar que entrou, deixando a criança aos prantos, desesperada e com medo, além de assustada por ter sido vítima de um crime daquela magnitude.
Sem compreender direito o que ocorria, ela saiu gritando pelos fundos da casa, implorando por ajuda. A cama que ocorreu o ato, estava com muito sangue e parecia uma cena de terror, segundo a prima da menor, Elizabeth Pereira, de 25 anos.
“Quem olhasse, iria perceber que ali foi claramente uma cena de tragédia”.
Cristiane Pereira, prima da mãe da vítima, ouviu os gritos da menina e a acolheu. O marido dela ligou para o pai da criança, que reside em Santo Estevão, cidade vizinha, para comunicar a situação. Ele ainda conseguiu ver o suspeito fugindo pela janela, mas não conseguiu alcançá-lo. “Meu celular começou a tocar umas 4 horas e o ‘compadre’ falou: ‘corre aqui, estupraram sua filha'”, relembra Jucivaldo da Paixão, pai da menor.
Em poucos minutos, ele conseguiu chegar à casa da ex-companheira e observou a situação em que sua filha se encontrava. “Entrei em desespero, vi minha filha sangrando”, conta. Desolado com a cena, Jucivaldo rapidamente pegou a menina e a levou para o hospital mais próximo. No entanto, a unidade de saúde não tinha recursos para auxiliar aquele acontecimento catastrófico. A família, então, correu para o Hospital Estadual da Criança (HEC), de Feira de Santana.
“Ela passou por uma cirurgia e teve hemorragia interna. O médico conseguiu estancar o sangramento, mas ela ainda está de sonda e não tem previsão de alta. Levou alguns pontos na região íntima e agora está com medo de deixar alguém tocar nela, só a mãe pode”, informou Elizabeth, que está sempre em contato com a mãe. O pai, que estava na unidade de saúde no dia do ocorrido, revelou que o suspeito ainda ameaçou a menor de morte.
“A gente estava esperando atendimento e ela virou para mim e falou: ‘Painho, me leva para sua casa, porque estou com medo. Ele falou que vai me matar se eu contasse para alguém'”.
Suspeito preso e liberado
Segundo Jucivaldo e Elizabeth, a família suspeitava do homem, já que ele estava sempre rondando mulheres pelo bairro, além de crianças. A polícia chegou a prender o homem, mas em pouco tempo, ele foi liberado e está solto pela cidade. Os familiares prestaram um Boletim de Ocorrência e esperam novas informações sobre as investigações.
“Eu comparo ele com um monstro, porque pegar uma criança de 9 anos e fazer um absurdo desse. A menina está abalada e eu quero Justiça, porque ele pode fazer isso com a filha de outra família”, desabafa o pai.
“Ele é um rapaz da comunidade, já tinha costume de mexer com mulher dos outros. A gente acha que ele estava observando a rotina de Edina, sempre saindo às 4h da manhã para trabalhar e, no primeiro ‘vacilo’, conseguiu estuprar a menina. A Polícia Técnica fez a perícia, mas informou que o laudo só sai daqui 30 dias. Eu acho que o suspeito deveria ficar preso até lá, né?. Se depender da polícia, vai ficar essa situação ‘de graça'”, comenta Elizabeth.
Procurada pela reportagem, a Polícia Civil, até o fechamento da matéria, não comentou sobre o caso.