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O escritor baiano Gabriel Nascimento será um dos integrantes da mesa inaugural da Catedrática Conceição Evaristo, durante evento virtual que será realizado no dia 27 de setembro.
Nascido em Itabuna, no sul do estado, o autor é doutor em Letras, mestre em Linguística Aplicada, e aborda em sua obra o racismo linguístico.
Além de Gabriel Nascimento, outras duas acadêmicas farão parte da mesa. O tema é “Escrevivência: sujeitos, lugares e modos de enunciação, corpus literário em diferença”.
“Conceição pensa que, exatamente pelos trabalhos em que estão envolvidos, poderiam debater juntos os assuntos pertinentes ao tema Escrevivência, Autoria, Subjetividades, Modos de Enunciação etc. A ideia, desde sempre, tem sido oferecer à USP com essa nova titularidade, novas vozes e novos olhares por sobre a nossa formação como sujeitos afro-brasileiros”, escreveu a assessoria da autora em convite enviado a Gabriel Nascimento, Fátima Lima e Fernanda Felisberto.
Conceição Evaristo foi empossada no último dia 5 como titular na Cátedra Olavo Setúbal de Arte, Cultura e Ciência, do Instituto de Estudos Avançados, na Universidade de São Paulo (USP).
Na Cátedra Olavo Setúbal de Arte, Cultura e Ciência, Conceição pretende realizar atividades de formação para alunos da USP, de capacitação para professores da rede pública de ensino e de criação literária para jovens de territórios periféricos.
Nessas atividades, buscará propiciar uma reflexão sobre como as classes populares se apropriam da língua portuguesa e criam seus textos, muitas vezes questionando a literatura canônica.
“Recebi com muita felicidade este convite. As cátedras representam o reconhecimento da produção do intelectual público que passou pelo menos 30 anos apagado pelas políticas neoliberais. Conceição traz um novo rosto e uma nova vida para as cátedras porque ela traz o espírito de uma escritora, intelectual e professora que começou a publicar com 60 anos e com grandeza, nos presenteia com obras de escrevivência a partir de suas experiências”, declara Gabriel Nascimento.
Em sua obra, Gabriel Nascimento explica como expressões e palavras do dia a dia estão impregnadas de uma carga semântica profundamente discriminatória frente aos negros, como “lado negro da vida”, “mercado negro” e “ovelha negra”.
O escritor já tem outro livro a caminho. “Rio do sangue dos meninos pretos” promete trazer reflexões importantes e atuais passando por temas que vão desde o racismo até biomas, sustentabilidade e questões do cotidiano.
Sem dar muito spoiler, o autor lan