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Luiz Felipe Scolari, 74 anos, se aposentou da carreira de técnico após a vitória do Athletico por 3 a 0 contra o Botafogo na tarde deste domingo, na Arena da Baixada, pela última rodada do Campeonato Brasileiro. A sua última missão cumprida foi classificar o Furacão à Libertadores.
O Furacão fechou a Série A na sexta colocação, com 58 pontos, e garantiu uma vaga direta na fase de grupos. Felipão pegou o time rubro-negro na sexta rodada, ocupando a 13ª posição.
Antes do jogo, ele foi homenageado pelo presidente Mario Celso Petraglia com uma placa. O presente traz dados da trajetória de 40 anos do comandante atleticano. Antes, durante e depois da partida, a torcida demonstrou carinho e cantou seu nome em diversas oportunidades.
Encerra-se de maneira boa, com a promessa que fiz para o presidente. Fui muito feliz. Essa foi a minha vida e terminou muito bem. Vivi tudo que eu não esperava vencer no futebol.
Bicampeão brasileiro e da Libertadores, tetracampeão da Copa do Brasil e campão mundial em 2002, Scolari acumula 27 títulos na carreira e é um dos principais treinadores da história do futebol brasileiro.
Em sua carreira como técnico, ele tem passagens por 18 clubes e sete seleções, trabalhando em sete países. Ao todo, esteve em quase 1.700 jogos e conquistou mais de 800 vitórias.
A última grande conquista aconteceu em 2018. Pelo Palmeiras, Felipão ganhou o título do Brasileiro pela segunda vez. Já a maior derrota foi o 7 a 1 para a Alemanha, em 2014, na semifinal da Copa do Mundo no Brasil.
Sou cobrado pelos filhos para parar com tudo, ficar só “vagabundeando”, mas não consigo. Vou tentar ser um diretor bom.
Para 2023, o treinador do Athletico será o auxiliar e fiel escudeiro de Scolari: Paulo Turra, que trabalha com ele desde 2017. Já Felipão passará a ter apenas a função de diretor-técnico sem acumular com a beira do gramado.
O novo desafio é encarado com entusiasmo e cautela pelo agora dirigente atleticano. Sem experiência no cargo, ele tem conversado com o presidente Mario Celso Petraglia e ganhou o cargo de "técnico dos técnicos".
A ideia é de que Felipão seja o profissional que dite o rumo metodológico do futebol no CT do Caju e que tenha uma integração com os treinadores das categorias de base. Ele discutirá situações de jogo e reforçar a importância das categorias de base.
Felipão, inclusive, deixou claro que seu trabalho não terá relação com negociações no mercado da bola. Esse era um dos seus receios antes de aceitar ser diretor.
Eu acho que vou ter sintonia com o pessoal, porque nunca fui de frescura e bobagem. Simplicidade, olhos nos olhos, amizade. Uma das coisas que pretendo é que os times saibam driblar. O futebol brasileiro é dessa forma e não é só esquema tático.
