Autor do livro ‘Jogo de damas: Amanda Paranaguá – memória, baianismo e poder na corte do Brasil e além’, Itan falou sobre a escolha desta data, a importância dela e pontuou os impactos e relevância desse dia para as novas e futuras gerações.
Desta maneira, a data estaria envolta às ideias de liberdade de uma figura negra e não vinculada à imagem da princesa Isabel, que tomou centralidade nos discursos e antigas obras historiográficas principalmente a partir das produções do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB). Instituição criada ainda no Império, em 1838, o IHGB se constituiu como o principal centro de difusão da historiografia nacional até pelo menos 1930, preservando fortes laços com a monarquia dos quais derivou a princesa como principal responsável pelo 13 de maio.
No entanto, esta proposta monarquista não foi instituída sem disputas e questionamentos. Desde 1888 a população negra tem reivindicado seu protagonismo na conquista da Abolição da escravidão. Desde indivíduos anônimos, que compuseram irmandades negras, outros que empreenderam fugas, reagiram à violência de senhores e feitores e negociaram suas alforrias, até personalidades mais conhecidas, a exemplo do engenheiro André Rebouças, do jornalista José do Patrocínio, do rábula Luiz Gama, etc., é sensível o papel central da população negra na conquista da liberdade e na extinção legal da escravidão no Brasil. Por isso, hoje, além da manutenção e consolidação das comemorações do 20 de novembro, instituído nacionalmente desde 2011, há um forte movimento de reintegrar o 13 de maio como uma data também protagonizada pela população negra em busca de liberdade e melhores condições de vida numa sociedade sem racismo
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