» » » » 'Tristeza profunda', diz paisagista espancada ao saber de revogação de prisão de lutador

A evolução de Elaine três anos após a agressão: R$ 200 mil para recuperar o rosto e síndrome do pânico — Foto: Reprodução/Redes sociais.

"Uma tristeza profunda, uma decepção. Saber que minha vida nunca mais será a mesma e ele nem julgado foi ainda." Foi assim que a paisagista Elaine Caparróz, de 58 anos, recebeu a notícia de que o lutador Vinícius Batista Serra, de 31 anos, que a agrediu em seu apartamento em 2019, teve sua prisão revogada e substituída por outras medidas na segunda-feira (31).

A decisão é da Sétima Câmara Criminal do Rio de Janeiro, do desembargador Joaquim Domingos de Almeida Neto, que atendeu a uma habeas corpus da defesa do lutador. Ele alegava que ele estaria sofrendo constrangimento ilegal, em razão do excesso de prazo na entrega da prestação da tutela jurisdicional pelo juízo da 3ª Vara Criminal do Rio de Janeiro.


A Justiça de primeira instância deveria ter autorizado um novo laudo que indicasse a situação médica de Vinícius, já que durante o processo, o juiz do caso determinou que o perito indicasse um segundo especialista, na área do sono, para fazer a revisão do laudo de parassonia.

Vinícius foi diagnosticado pelos peritos do estado com insanidade, portador de parassonia e transtorno de ansiedade. Mas, mais de um ano depois da intimação, o perito do caso ainda não fez a convocação do profissional, o que estaria gerando o constrangimento ao réu.

"Não sei nem o que dizer, o que fazer. Vou ter direito a um token para o caso dele chegar perto de mim e a tornozeleira dele apitar? Posso acionar a Patrulha Maria da Penha? Me sinto derrotada. Esse cara quase me matou e vai sair assim?", questiona Elaine referindo-se as medidas a que Vinícius deverá se submeter.

Vinicius e o rosto de Elaine após a agressão: ela sente dore até hoje — Foto: Reprodução/Instagram

Vinicius e o rosto de Elaine após a agressão: ela sente dore até hoje — Foto: Reprodução/InstagramSegundo a decisão, "Uma tristeza profunda, uma decepção. Saber que minha vida nunca mais será a mesma e ele nem julgado foi ainda." Foi assim que a paisagista Elaine Caparróz, de 58 anos, recebeu a notícia de que o lutador Vinícius Batista Serra, de 31 anos, que a agrediu em seu apartamento em 2019, teve sua prisão revogada e substituída por outras medidas na segunda-feira (31).

A decisão é da Sétima Câmara Criminal do Rio de Janeiro, do desembargador Joaquim Domingos de Almeida Neto, que atendeu a uma habeas corpus da defesa do lutador. Ele alegava que ele estaria sofrendo constrangimento ilegal, em razão do excesso de prazo na entrega da prestação da tutela jurisdicional pelo juízo da 3ª Vara Criminal do Rio de Janeiro.


A Justiça de primeira instância deveria ter autorizado um novo laudo que indicasse a situação médica de Vinícius, já que durante o processo, o juiz do caso determinou que o perito indicasse um segundo especialista, na área do sono, para fazer a revisão do laudo de parassonia.


Vinícius foi diagnosticado pelos peritos do estado com insanidade, portador de parassonia e transtorno de ansiedade. Mas, mais de um ano depois da intimação, o perito do caso ainda não fez a convocação do profissional, o que estaria gerando o constrangimento ao réu.


"Não sei nem o que dizer, o que fazer. Vou ter direito a um token para o caso dele chegar perto de mim e a tornozeleira dele apitar? Posso acionar a Patrulha Maria da Penha? Me sinto derrotada. Esse cara quase me matou e vai sair assim?", questiona Elaine referindo-se as medidas a que Vinícius deverá se submeter.

Vinicius e o rosto de Elaine após a agressão: ela sente dore até hoje — Foto: Reprodução/Instagram

Vinicius e o rosto de Elaine após a agressão: ela sente dore até hoje — Foto: Reprodução/Instagram

Segundo a decisão, Vinícius, que responde a processo por tentativa de homicídio qualificado e crimes contra a vida por ter agredido Elaine durante quatro horas, em fevereiro de 2019, no apartamento dela, na Barra da Tijuca, deverá:

  • comparecimento mensal em juízo, para informar e justificar atividades;
  • proibição de acesso ou frequência a academias de ginástica, clubes e locais onde se faça uso de bebidas alcoólicas;
  • proibição de manter contato, ainda que virtual, com a vítima, seus parentes e amigos ou qualquer testemunha do processo;
  • proibição de ausentar-se da comarca de sua residência, salvo com autorização judicial prévia;
  • monitoração eletrônica.

Elaine Caparróz antes e depois: tentativa de reconstruir o rosto e a vida depois de tentativa de feminicídio — Foto: Reprodução/Redes sociais

Elaine Caparróz antes e depois: tentativa de reconstruir o rosto e a vida depois de tentativa de feminicídio — Foto: Reprodução/Redes sociais

R$ 200 mil para reconstruir o rosto

"Eu nem me recuperei ainda, e ele já vai sair. Aliás, nunca vou me recuperar. Ele atravessou a minha vida de um jeito que eu nem sei. Mas só esse ano consegui voltar a trabalhar, voltar a frequentar uma academia e a cuidar de mim", diz.

Quando fala em cuidar, Elaine refere-se a questões estéticas e de autoestima, o que sempre gostou. Mas antes de chegar nesse processo, precisou gastar cerca de R$ 200 mil, segundo ela pra reconstruir o rosto.


"Quando ele me agrediu, eu tinha feito um lifting e uma harmonização e perdi tudo. Meu rosto despencou. Ele afundou meu olho, quebrou meus dentes, tive que reconstruir tudo. Ainda tenho as cicatrizes das mordidas que ele me deu e sinto dor onde perfurou o meu pulmão. Eu me olho no espelho e até hoje não me reconheço", diz.

O trabalho de reconstrução de Elaine não passou só pelo rosto. Ela precisou de ajuda psicológica para lidar com o medo e a síndrome do pânico, resgatar sua autoestima e aprender a lidar com o preconceito.


"É louco, mas sofrei agressões, ouvi piadinhas. Gente que dizia que eu estava fazendo aquilo para aparecer, que dizia que me conhecia de algum lugar e dizia: 'A moça que apanhou', entre outras coisas. Até sair na rua era difícil sair. Entre em depressão, engordei 30 kg, e só agora estou conseguindo retomar a minha vida, voltando a trabalhar, a malhar emagrecer", diz e volta a pedir por Justiça.


"O mais louco é que pessoas como ele (Vinícius) sempre dão sinais. Ele já tinha agredido o pai, o irmão e quase me matou. Espero que a Justiça faça algo antes dele agir mais uma vez. Preciso vê-lo preso e pagando por ter destruído a minha vida", diz.

Mulher agredida acredita ter sido dopada
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Mulher agredida acredita ter sido dopada

O caso

No dia 16 de fevereiro de 2019, a paisagista Elaine Caparróz foi agredida durante quatro horas em seu apartamento pelo estudante de direito e lutador de jiu-jítsu Vinícius Serra Batista. Segundo Elaine, os dois se falavam há sete meses por aplicativo de mensagens, quando ela aceitou recebê-lo em sua casa, na Barra da Tijuca.

Em fevereiro de 2019, o estudante de direito e lutador de jiu-jítsu promoveu uma sessão de espancamento contra Elaine Caparróz que durou quatro horas e deixaram sequelas.


Ela contou que ele se identificou na portaria do prédio como Felipe, e pode tê-la dopado, (Veja mais no vídeo acima) já que Elaine tem poucas lembranças da ação que levou a agressão, que só se lembra de ter acordado com Vinícius já me cima dela desferindo socos.

O agressor foi preso em flagrante por tentativa de homicídio. Na época, ele disse que tomou vinho, dormiu e acordou em surto.

Elaine ficou com o rosto deformado e cita ainda dores que sente do lado direito, onde o pulmão foi perfurado, problemas de insuficiência renal e anemia por causa da agressão.


“Eu só quero que ele pague todo o mal que me fez. Ele destruiu a minha vida. Não tenho como esquecer o que aconteceu. Todo dia me olho no espelho e vejo meu rosto, que ele desfigurou e que nunca mais voltou a ser o mesmo. Ele quebrou o meu nariz, atingiu o fundo do meu olho, fraturou a raiz de dentes. Nem o meu sorriso é mais o mesmo. Antes eu sorria com boca inteira, um sorriso largo. Agora a musculatura é fechada, o rosto não responde igual”, diz.
Elaine Perez Caparroz antes e depois das agressões — Foto: Reprodução/TV Globo

Elaine Perez Caparroz antes e depois das agressões — Foto: Reprodução/TV Globoinícius, que responde a processo por tentativa de homicídio qualificado e crimes contra a vida por ter agredido Elaine durante quatro horas, em fevereiro de 2019, no apartamento dela, na Barra da Tijuca, deverá:

  • comparecimento mensal em juízo, para informar e justificar atividades;
  • proibição de acesso ou frequência a academias de ginástica, clubes e locais onde se faça uso de bebidas alcoólicas;
  • proibição de manter contato, ainda que virtual, com a vítima, seus parentes e amigos ou qualquer testemunha do processo;
  • proibição de ausentar-se da comarca de sua residência, salvo com autorização judicial prévia;
  • monitoração eletrônica.

Elaine Caparróz antes e depois: tentativa de reconstruir o rosto e a vida depois de tentativa de feminicídio — Foto: Reprodução/Redes sociais

Elaine Caparróz antes e depois: tentativa de reconstruir o rosto e a vida depois de tentativa de feminicídio — Foto: Reprodução/Redes sociais

R$ 200 mil para reconstruir o rosto

"Eu nem me recuperei ainda, e ele já vai sair. Aliás, nunca vou me recuperar. Ele atravessou a minha vida de um jeito que eu nem sei. Mas só esse ano consegui voltar a trabalhar, voltar a frequentar uma academia e a cuidar de mim", diz.

Quando fala em cuidar, Elaine refere-se a questões estéticas e de autoestima, o que sempre gostou. Mas antes de chegar nesse processo, precisou gastar cerca de R$ 200 mil, segundo ela pra reconstruir o rosto.


"Quando ele me agrediu, eu tinha feito um lifting e uma harmonização e perdi tudo. Meu rosto despencou. Ele afundou meu olho, quebrou meus dentes, tive que reconstruir tudo. Ainda tenho as cicatrizes das mordidas que ele me deu e sinto dor onde perfurou o meu pulmão. Eu me olho no espelho e até hoje não me reconheço", diz.


O trabalho de reconstrução de Elaine não passou só pelo rosto. Ela precisou de ajuda psicológica para lidar com o medo e a síndrome do pânico, resgatar sua autoestima e aprender a lidar com o preconceito.


"É louco, mas sofrei agressões, ouvi piadinhas. Gente que dizia que eu estava fazendo aquilo para aparecer, que dizia que me conhecia de algum lugar e dizia: 'A moça que apanhou', entre outras coisas. Até sair na rua era difícil sair. Entre em depressão, engordei 30 kg, e só agora estou conseguindo retomar a minha vida, voltando a trabalhar, a malhar emagrecer", diz e volta a pedir por Justiça.


"O mais louco é que pessoas como ele (Vinícius) sempre dão sinais. Ele já tinha agredido o pai, o irmão e quase me matou. Espero que a Justiça faça algo antes dele agir mais uma vez. Preciso vê-lo preso e pagando por ter destruído a minha vida", diz.

Mulher agredida acredita ter sido dopada
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Mulher agredida acredita ter sido dopada

O caso

No dia 16 de fevereiro de 2019, a paisagista Elaine Caparróz foi agredida durante quatro horas em seu apartamento pelo estudante de direito e lutador de jiu-jítsu Vinícius Serra Batista. Segundo Elaine, os dois se falavam há sete meses por aplicativo de mensagens, quando ela aceitou recebê-lo em sua casa, na Barra da Tijuca.

Em fevereiro de 2019, o estudante de direito e lutador de jiu-jítsu promoveu uma sessão de espancamento contra Elaine Caparróz que durou quatro horas e deixaram sequelas.

Ela contou que ele se identificou na portaria do prédio como Felipe, e pode tê-la dopado, (Veja mais no vídeo acima) já que Elaine tem poucas lembranças da ação que levou a agressão, que só se lembra de ter acordado com Vinícius já me cima dela desferindo socos.


O agressor foi preso em flagrante por tentativa de homicídio. Na época, ele disse que tomou vinho, dormiu e acordou em surto.

Elaine ficou com o rosto deformado e cita ainda dores que sente do lado direito, onde o pulmão foi perfurado, problemas de insuficiência renal e anemia por causa da agressão.


“Eu só quero que ele pague todo o mal que me fez. Ele destruiu a minha vida. Não tenho como esquecer o que aconteceu. Todo dia me olho no espelho e vejo meu rosto, que ele desfigurou e que nunca mais voltou a ser o mesmo. Ele quebrou o meu nariz, atingiu o fundo do meu olho, fraturou a raiz de dentes. Nem o meu sorriso é mais o mesmo. Antes eu sorria com boca inteira, um sorriso largo. Agora a musculatura é fechada, o rosto não responde igual”, diz.
Elaine Perez Caparroz antes e depois das agressões — Foto: Reprodução/TV Globo

Elaine Perez Caparroz antes e depois das agressões — Foto: Reprodução/TV Globo


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