De acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra por Domicílio (Pnad), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a ocupação feminina bateu record no ano de 2023, quando mais de 43.3 milhões de mulheres estavam no mercado de trabalho. No segundo trimestre de 2024, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), revelou que o nível da ocupação das mulheres no Brasil expandiu ainda mais, alcançando uma parcela de 48,1%.
Giordania R. Tavares |
Para além do espaço, as mulheres também têm conquistado cada vez mais reconhecimento e igualdade no mercado. Segundo o levantamento Mulheres no Mercado de Trabalho, elaborado pelo Observatório Nacional da Indústria da Confederação Nacional da Indústria - CNI, na última década, as brasileiras alcançaram salários mais próximos aos dos homens, aumentando a paridade salarial em 6,7 pontos. Quanto aos cargos de liderança, o relatório aponta que a participação das mulheres expandiu 9,5% em uma década, alcançando, em 2023, uma parcela de 39,1%.
Em dado cenário, é factível e instigante afirmar que, embora ainda haja um caminho longo a ser percorrido no que diz respeito à presença feminina no mercado de trabalho e em posições de tomada de decisão, é questão de tempo até que as mulheres sejam maioria à frente das grandes corporações. Aqui, é crucial enfatizar que fundamento tal alegação em dados e não apenas em um ideal.
Nesta conjuntura, gostaria de evidenciar que as mulheres, atualmente, são mais qualificadas que os homens. Tal informação é corroborada pelos dados divulgados em março de 2024, pelo IBGE, que apontam que, do total de formandos em cursos de graduação presencial, 60,3% são mulheres, contra apenas 39,7% de homens. ‘Na prática’, as mulheres também se mostram mais preparadas. Segundo uma pesquisa da organização Leadership Circle, as lideranças femininas são mais eficazes do que a de homens em todos os níveis de gerenciamento e faixas etárias.
Ainda conforme esse estudo, os principais tópicos que favorecem a maior eficiência das lideranças femininas são o fato de as mulheres pontuarem substancialmente mais em todas as dimensões criativas; serem mais tendentes a liderar a partir de uma mentalidade criativa; e, construírem e cultivarem conexões mais fortes.
Em números, o relatório The Ready-Now Leaders, elaborado pela Ong Conference Board, mostra que as corporações com pelo menos 30% de mulheres em cargos de tomada de decisão têm 12 vezes mais probabilidade de rankear entre as 20% melhores em performance financeira. Já o relatório ‘Mulheres nos negócios e na gerência: por que é mudar é importante para os negócios’, divulgado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), revela que as empresas que abraçam a diversidade vivenciam expansão de 10% a 15% do lucro e contemplam aperfeiçoamento dos índices de atração e retenção de talentos, além da melhora na reputação e imagem pública.
Em resumo, em pleno ano de 2024, não deveríamos mais ter que debater sobre a presença, a qualificação e os benefícios da presença de mulheres no mercado de trabalho e em posições de liderança. O fato é que o mundo está evoluindo, e as empresas que não se adaptarem a essas mudanças estarão apenas se prejudicando.
*Por Giordania Tavares