Trabalhadores de diversas categorias profissionais, em todo o Brasil, paralisarão suas atividades, nesta sexta-feira (28/4), por 24 horas. A manifestação tratada como Greve Geral é organizada por centrais sindicais e movimentos sociais que protestam contra a Reforma da Previdência e mudanças na legislação trabalhista, propostas pelo governo do presidente Michel Temer (PMDB).O comércio da Avenida Sete (no centro de Salvador) é normalmente bem movimentado.
Segundo o líder sindical, os trabalhadores, há algum tempo, estiveram debatendo e se mobilizando para esse dia e ficou combinada a participação de todas as classes, com a exceção, apenas, daqueles que realizam trabalhos essenciais à população, como os policiais e profissionais da área de saúde, que atuarão em caráter de emergência.
O protesto de hoje é focado nas questões relacionadas com os direitos do trabalhador brasileiro, mas Cedro não descarta que será uma oportunidade para chamar a atenção de outras pautas que envolvem o atual governo, que enfrenta um desgaste de popularidade por forte crise política, econômica e social.
“Precisamos discutir os problemas do trabalhador na amplitude da situação. O país está desgovernado. Esse governo não tem legitimidade para nada, muito menos para fazer reformas”, ressaltou.
CIENTISTA POLÍTICO CRITICA AMPLA DISCUSSÃO
Apesar da forte mobilização dos organizadores, a adesão expressiva que é esperada não pode ser considerada como uma certeza, segundo o posicionamento do cientista político e professor da Universidade Federal da Bahia, Paulo Fábio Dantas.
Para o especialista, o tema da Previdência tem grande apelo social e, em tese, pode produzir manifestações relevantes. Porém, a discussão de assuntos mais restritos aos movimentos organizados deixa o que deveria ser o foco dessa manifestação sem o peso político suficiente para promover a coesão dos interessados.
“A condução política está sendo direcionada de forma a desestabilizar o governo e as ações são claramente vinculadas a uma estratégia de oposição”, advertiu Paulo Fábio, ressaltando que existem pessoas contrárias às propostas de reforma trabalhista e da Previdência, que acreditam que uma desestabilização do governo não é algo positivo.
MANIFESTAÇÕES EM SALVADOR
Estão sendo esperadas, ao longo desta sexta-feira, algumas manifestações organizadas pelos trabalhadores em diferentes pontos da capital baiana. Pela manhã, os protestos acontecem na região do antigo shopping Iguatemi e nas imediações da Avenida Sete de Setembro, próximo ao Clube Casa D’Itália.
No período da tarde, haverá concentração, a partir das 16h, no Campo Grande, de onde saíra uma caminhada em direção à Praça Castro Alves, no Centro Histórico. Por volta das 19h, acontece o ‘Encontro Light de Trabalhadores’ no Largo de Santana, bairro do Rio Vermelho, quando, segundo Cedro Silva, será feita a avaliação da Greve Geral na Bahia.
COMÉRCIO NÃO DEVE FUNCIONAR
Apesar de os empresários do setor do comércio afirmarem que as atividades serão mantidas sem alteração, em Salvador, o Sindicato dos Comerciários informou ao Aratu Online que a categoria foi mobilizada através de assembleias e os trabalhadores confirmaram que vão aderir à paralisação, em defesa de suas aposentadorias.
“Eles foram convocados a fazer valer o seu direito e estamos convictos da participação de todos”, disse o diretor de finanças do sindicato, Aílton Plínio. O sindicalista acrescentou, ainda, que a decisão foi colocada em edital com uma antecedência de 72 horas e, além disso, os trabalhadores estão amparados na lei de greve.
Em um comunicado intitulado “Comércio Mais Forte”, quatro das entidades mais representativas de empresários e comerciantes da Bahia condenaram a ameaça de paralisação e anunciaram que os comércios de Salvador e do estado funcionariam normalmente.
SEGURANÇA NAS RUAS
A Polícia Militar informou, através de sua assessoria de comunicação, que está de prontidão desde as primeiras horas da madrugada de hoje com posicionamento das tropas em locais estratégicos na capital, Região Metropolitana e interior do estado.
O policiamento foi intensificado nas estações de transbordo, pontos de ônibus, corredores de tráfego, portos, aeroportos e rodoviárias, polos industriais e áreas bancárias, além do acompanhamento nos pontos de concentração do público.
ÔNIBUS NÃO ESTÃO EM CIRCULAÇÃO
Os usuários do transporte coletivo que saíram de casa, nesta manhã, em busca de ônibus, ficaram a esperar pela condução que não está passando pelos pontos da cidade. Os rodoviários estão aderindo às manifestações e a população está tendo que procurar por outras alternativas. A paralisação da categoria já havia sido divulgada, no início desta semana, pela a direção do Sindicato que esteve nas ruas entregando uma carta aberta à população, comunicando sobre a adesão.
ADERIRAM:
Rodoviários;
Servidores públicos estaduais;
Bancários;
Professores públicos e particulares;
Comerciários;
Servidores dos Correios;
Aeroportuários;
Mototaxistas;
Industriários;
NÃO ADERIRAM:
Polícia Militar
Polícia Civil
Emergência Médica
