» »Unlabelled » FHC diz que possível condenação de Lula não vai ʹtremer o paísʹ

O ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso analisou as consequências de uma possível condenação do também ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo Tribunal Regional Federal (TRF-4). Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, FHC afirmou que "não acredita que o país vai tremer nas suas bases por causa disso".
"Do ponto de vista do país, é sempre ruim. É ruim para o país e para a memória, mas não acredito que a população vai tremer nas suas bases por causa disso. Não acho que o País vai tremer em função disso. É claro que existe também uma estratégia política do PT: a perseguição. Se o julgamento terminar em condenação, tem que aceitar", ressaltou.
Questionado sobre a liderança de Lula em todas as pesquisas para a corrida eleitoral em 2018, o ex-presidente comparou o "Lulismo" com o "Fujimorismo", no Peru e o "Peronismo", na Argentina.
"Pega o caso do Peru, que nós citamos. O fujimorismo é a força predominante até hoje, e o Fujimori está na cadeia (estava até o dia 24, quando recebeu indulto humanitário do atual presidente Pedro Pablo Kuczynski). O próprio Perón teve um momento assim. É curioso ver que em países como os nossos, com um nível educacional relativamente pouco desenvolvido, as pessoas têm muitas carências. Aqueles que dão às pessoas a sensação de que atenderam às suas carências ganham uma certa permissão para se desviar da ética. É pavoroso, mas é assim. É populismo. É a cultura que prevalece nesses países. A nossa está em fase de mudança. Aqui a sociedade já tem mais informação. Nos regimes parlamentaristas têm menos chance de que isso aconteça. Tem mais filtros. A emoção global não leva de roldão. Pode alguém irromper, mas difícil é governar depois", afirmou.
Para FHC, o PSDB tem feito uma "autocrítica" e mudado seu rumo. Na oportunidade, o ex-presidente defendeu o senador Aécio Neves e disse que o colega de partido não é "irresponsável". "Acho que o PSDB está, à sua maneira, fazendo. Mudou a direção e, ao mudar, escolheu pessoas com responsabilidade. Não que os outros não tivessem. Aécio (Neves, senador por Minas Gerais e ex-presidente do PSDB) não é um irresponsável. Fez coisas positivas para o PSDB. Mas o partido tem que dizer que, se houve erro de algum peessedebista, problema dele. O partido não tem que se solidarizar com o erro de seus filiados. A Lava Jato foi um marco importante na vida brasileira, o que não quer dizer que não tenha excessos aqui e ali. Acho um pouco exagerada essa vontade de vingança que existe hoje", analisou.

«
Anterior
Postagem mais recente
»
Anterior
Postagem mais antiga