» » "Vermífugo Annita se mostrou menos efetivo e mais tóxico do que outras drogas no combate à Covid-19", diz colunista

Fonte: Folha de São Paulo

Crédito da Foto: reprodução / Agência Brasil
A jornalista Mônica Bergamo publicou, nesta sexta-feira (17/4), em sua coluna na Folha de São Paulo, que a nitazoxanida, princípio ativo do vermífugo Annita e remédio “secreto” anunciado pelo ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, para ser testado em pacientes com Covid-19, se mostrou menos efetiva e mais tóxica do que outras drogas. A fonte da informação seriam estudos publicados na China. 
Segundo ela, cientistas e virologistas de Wuhan, onde começou a pandemia, testaram sete drogas em laboratório e compararam a potência de cada uma delas. A cloroquina foi considerada a menos tóxica, e mais efetiva, quando ministrada em dose maior. O Remdesivir, remédio usado para combater o Ebola, também teve boa performance. Já a nitazoxanida só desenvolveu atividade antiviral adequada em doses altas, que se mostraram tóxicas.
"A pesquisa foi feita in vitro, mas não em testes clínicos, com pacientes. Marcos Pontes, que não confirma o nome da droga que será testada, diz que houve 94% de eficácia em exames preliminares, em laboratório, e que não há efeitos colaterais graves. O anúncio feito por Pontes de que o nome do remédio não seria divulgado para não haver uma corrida a farmácias e que nem mesmo pacientes saberiam o que estariam tomando nos testes deixou cientistas perplexos.
A regra básica de pesquisas clínicas, com drogas que já foram testadas em laboratórios, é a publicidade. Em primeiro lugar, por questões éticas. Em segundo lugar, porque elas precisam passar pelo crivo da comunidade científica. Um cientista que trabalha em testes de medicamentos disse à coluna que o contrário disso é sensacionalismo e o equivalente a vender terrenos no céu. “Qualquer pesquisa precisa dizer que medicamento será testado, em que doses, em quantos pacientes, e por quem será conduzida. Não existe pesquisa secreta em nenhum lugar do mundo”, diz Ezio Távora, do Comitê Comunitário de Acompanhamento de Pesquisas em Tuberculose.", publicou Mônica Bergamo. 

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