Ainda não está claro se as potências ocidentais vão empregar meios militares para deter Putin. Vários países, incluindo os EUA e o Reino Unido, já enviaram armas à Ucrânia para ajudá-la a se defender. O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia pediu mais armas e assistência financeira e humanitária.
Durante a manhã, a Presidência da Ucrânia emitiu uma nota nesta quinta-feira (24) que “mais de 40 soldados ucranianos e cerca de 10 civis” foram mortos desde que os ataques da Rússia contra o país foram iniciados.
Por isso, o presidente do país, Volodymyr Zelensky, fez um apelo para que os cidadãos doem sangue para ajudar os feridos, que seriam “dezenas” até o momento.
O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, afirmou que a ação russa “é de larga escala”. “As cidades pacíficas ucranianas estão sob ataque e essa é um guerra. A Ucrânia se defenderá e vencerá: o mundo pode e deve parar Putin e o momento de agir é agora”, pontuou.
Por sua vez, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse que Putin “escolheu uma guerra premeditada que levará a uma catastrófica perda de vidas humanas e sofrimentos” e que esse é um ataque “injustificado” contra Kiev.
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, afirmou que esse “é o momento mais triste do meu mandato”. “Preciso mudar meu apelo: presidente Putin, em nome da humanidade, leve de volta as tropas russas. Esse conflito deve parar agora. O que é claro é que essa guerra não tem sentido e viola os princípios da Carta da ONU”, ressaltou.
O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, afirmou que conversou com o líder ucraniano, Volodymyr Zelensky, para “condenar com a máxima firmeza a injustificada agressão militar da Rússia contra a Ucrânia e exprimir a nossa mais forte solidariedade”.
Zelensky fez um pronunciamento em que anunciou que “rompeu relações diplomáticas” com Moscou e fazendo um apelo para que a população russa proteste contra esse ataque contra a Ucrânia. O mandatário ainda pediu que seja criada uma “coalizão anti-Putin” e que sejam aplicadas “sanções imediatas” contra o governo. Ainda hoje, diversos grupos internacionais, como o G7, vão se reunir para anunciar mais punições contra os russos.
Petróleo brent ultrapassou US$ 100
Os preços do petróleo dispararam com a notícia sendo que, às 00h41 de quinta-feira (24), tanto o brent quanto o WTI avançavam cerca de 3%. Na máxima da sessão, o contrato do brent com vencimento em abril chegou a US$ 100,07 o barril. Já por volta das 6h20, o brent chegou a disparar 7%, ultrapassando os US$ 103 o barril.
Na madrugada, os índices futuros dos EUA despencavam, com o Dow Jones futuro em queda de 2,35%, a 32.290 pontos, o S&P500 futuro em baixa de 2,32%, a 4.124 pontos, e o Nasdaq futuro com queda de 2,72%, a 13.140 pontos.
Estado de emergência
Mais cedo, o Parlamento ucraniano havia aprovado a introdução de um estado de emergência nacional, exceto nas duas províncias separatistas de Lugansk e Donetsk, diante da ameaça de uma invasão russa.
A votação ocorreu horas depois que Moscou começou a esvaziar sua embaixada em Kiev e que os Estados Unidos alertaram novamente para o risco de um ataque militar da Rússia contra o território ucraniano.
Além do estado de emergência de 30 dias, a Ucrânia anunciou que haverá serviço militar obrigatório para todos os homens em idade de combate e pediu que seus cidadãos na Rússia deixem o país.
O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia criticou a decisão do presidente russo, Vladimir Putin, de reconhecer duas regiões separatistas do país.
“Putin negou o direito da Ucrânia de existir”, disse Kuleba na Assembleia Geral da ONU.