» » Esposa relata que houve negligência médica após marido passar mal durante procedimento de implante capilar

De acordo com a esposa, Cláudio Marcelo teve outras paradas cardíacas durante o procedimento.
Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

Foi sepultado na manhã desta segunda-feira (28), no Cemitério Jardim Celestial em Feira de Santana, o corpo do comerciante Cláudio Marcelo de Almeida, que morreu ontem (27) no Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA), após passar mal em uma clínica de implante capilar.

Ao Acorda Cidade, a esposa de Cláudio Marcelo, Liliane Adorno, informou que foi impedida de aguardar o procedimento ser realizado e precisou retornar para casa.

"Houve negligência médica, falta de assistência, me disseram que seria uma cirurgia que iria durar cerca de quatro até cinco horas e meu esposo entrou por volta de 6h40 e até às 15h, ainda não tinha sido liberado. Logo pela manhã, disseram que eu não poderia ficar com ele, enquanto acompanhante, até porque disseram que seria algo muito simples, e prontamente, eu atendi o pedido e retornei para casa. Como passou do horário previsto, ninguém entrou em contato comigo e decidi retornar para a clínica, chegando lá, uma enfermeira me atendeu e disse que o procedimento estava acontecendo com sucesso, que estava tudo bem com meu esposo e que a segunda parte do procedimento ainda iria acontecer, que iria terminar por volta de 16h, mas aí ela foi confirmar com o médico, se realmente era isso, e voltou informando que a previsão era de 21h, mandaram retornar para casa, que iriam me ligar", contou.

Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

Segundo a esposa, até às 22h, nenhum profissional entrou em contato com a família, foi quando decidiu retornar ao local.

"Eu esperei dar 21h, 22h e ninguém me ligou. Eu tentei o contato com eles, mas só dava caixa postal, então decidi ir até a clínica. Cheguei lá, a enfermeira tinha saído correndo e me disse que meu esposo estava bem, que a cirurgia tinha sido um sucesso e que o médico iria sair para conversar comigo. Pediu para que eu aguardasse, porém eu ouvi um barulho e ao abrir a porta, me deparei com meu esposo no chão sendo reanimado, sendo que o tempo inteiro, eles estavam dizendo que meu esposo estava bem. O filho do meu pastor é advogado e ele estava junto com a gente na hora, e argumentaram que depois do procedimento, meu esposo pediu para ir ao banheiro e passou mal e caiu no chão, por isso que estavam reanimando ele. Eles não chamaram o Samu, fomos nós, os familiares que tivemos que chamar e ao chegar, a equipe do Samu informou que o quadro do meu esposo era grave e precisava sair dali o mais rápido possível, pois ele estava tendo uma parada cardíaca", informou a esposa ao Acorda Cidade.

Ainda de acordo com Liliane, Cláudio Marcelo teve outras paradas cardíacas durante o procedimento.

"O nosso advogado da família conversou com a médica e ela informou que por volta de 14h, ele teve uma parada cardíaca, ou seja, quanto eu estava retornando na clínica no período da tarde, meu esposo estava tendo uma parada, e eles com a cara mais limpa do mundo, dizendo que meu esposo estava bem, que a cirurgia estava ocorrendo de forma tranquila. Não me disseram em momento nenhum que meu esposo não estava bem, mas eles só diziam que estava tudo ok. Já acionei a polícia, porque eu quero justiça, eu não estou nesse momento pensando em bens, eu quero que a justiça seja feita, para que o mesmo não venha acontecer com outras pessoas, pois segundo eles, o procedimento era algo simples e que tirou a vida do meu esposo para sempre. Antes disso, eles solicitaram apenas exames de sangue, apenas isso", lamentou.
 

Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

De acordo com Liliane Adorno, Cláudio Marcelo encontrou a clínica de implante capilar através das redes sociais.

"Ele conheceu essa clínica pelo Instagram, foi até o local pessoalmente conversar com os profissionais, se sentiu seguro em fazer os procedimentos e pelo que explicaram, o procedimento era feito em três fases, a cada 15 dias, ele tinha que fazer uma aplicação na cabeça, para depois fazer o procedimento. Ele se sentiu seguro em fazer, disseram que era algo simples, mas que custou a vida dele", concluiu.

Ao Acorda Cidade, o cunhado de Cláudio Marcelo, Julio Cesar da Silva, explicou que o médico cirurgião responsável pelo procedimento, se negou a acompanhar a equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), até o HGCA.

Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

"No momento que a esposa dele entrou na sala, já se deparou com uma pessoa segurando a cabeça de Cláudio, outra segurando as pernas e uma terceira pessoa fazendo a massagem no peito no sentido de reanimar. O Samu compareceu na clínica para prestar o socorro e o médico do Samu informou que o cirurgião teria que acompanhar, e a todo momento ele estava se negando a ir junto, mas que no final ele foi e lá no Clériston, ele sumiu. Eu sei que do momento que chegamos no Clériston até confirmar o óbito, foram apenas 20 minutos", explicou.

Ainda de acordo com Júlio César, a família aguarda os resultados periciais emitidos pelo Departamento de Polícia Técnica (DPT).

"Nós não temos a mínima ideia do que pode ter acontecido com ele, estamos agora aguardando a perícia, os resultados, porque Cláudio era uma pessoa que gostava de se exercitar, jogar bola, caminhada, correr, tinha uma vida saudável. É importante também ressaltar que antes do procedimento, a clínica solicitou apenas exame de sangue, não pediram nem um ecocardiograma para saber qual a situação do coração dele, nem teste anestésico. Realmente foi uma insistência em querer finalizar o procedimento, a cirurgia já tinha sido paga no valor de R$ 32 mil, pelo que sei, ele já tinha pagado uma parte antes, e quando foi no sábado, ele pagou o restante, acho que esse fator financeiro também pesou para a clínica em ficar insistindo na cirurgia", concluiu.
 

Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

 Cláudio Marcelo de Almeida | Foto: Arquivo Pessoal

Com informações:Acorda Cidade



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