» » » A importância da Vitamina D no organismo e na modulação da dor

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 vitamina D, embora identificada como uma vitamina lipossolúvel, está cada vez mais conhecida com um pró-hormônio sintetizado na pele diante da luz solar e presente em alguns alimentos naturais e fortificados. Independente da sua classificação, o que se sabe é que ela se encontra associada a uma variedade de funções no corpo humano. 

Níveis suficientes de vitamina D são importantes para que o indivíduo tenha um esqueleto saudável, uma vez que a vitamina D ajuda a regular a quantidade de cálcio e fosfato no corpo, contribuindo para a prevenção de osteoporose, osteomalácia e raquitismo. Entretanto, evidências recentes defendem que o papel da vitamina D vai além da sua colaboração no metabolismo do osso.

Acredita-se que a vitamina D participe do metabolismo do colágeno, da regulação do magnésio, da liberação de insulina pelo pâncreas e da prolactina pela hipófise, além de contribuir para o controle da pressão arterial e do peso e para a prevenção de alguns tumores e doenças autoimunes. Outras ações descritas são a manutenção do sistema imunológico saudável e o seu efeito anti-inflamatório, através da redução da liberação de citocinas pró-inflamatórias e da supressão das respostas das células T.

Estudos in vitro e observacionais de intervenção mostram que a vitamina D inibe a síntese de Prostaglandina E2, uma substância envolvida com a inflamação e tem um papel na regulação da intensidade e, portanto, no manejo da dor em vários contextos clínicos. Pacientes com déficit de vitamina D podem cursar com cansaço (fadiga), dor articular, dor muscular, fraqueza, dor óssea, problemas respiratórios, dormência e alteração do humor. Trabalhos que envolvem a pesquisa da falta de vitamina D, demonstram que a hipovitaminose D tem sido associada a um número variável de condições de doença, dentre elas a dor crônica, seja ela cefaleia, dor nos joelhos, dor na coluna ou dor abdominal.

Apesar desses dados, outras metanálises não conseguiram confirmar esta correlação entre a deficiência de vitamina D e dor crônica, nem tampouco entre a suplementação de vitamina D e a redução da dor. Trata-se de um assunto controverso, mas que tem ganhado corpo nos últimos anos.   

Outra preocupação é a definição precisa dos níveis séricos fisiológicos de vitamina D, uma vez que ele parece sofrer influência de fatores genéticos e do polimorfismo presente em alguns indivíduos, ou seja, da diversidade de aspecto nas enzimas de processamento da vitamina D, o qual pode contribuir para a manutenção do teor de vitamina D aquém dos valores tidos como normais.

Os valores de referência praticados para a vitamina D, são: abaixo de 20 ng/ml é considerada deficiência; de 20 a 29,9 ng/ml, insuficiência e acima de 30 ng/ml é tido como normal. Apesar disso, argumenta-se que o chamado intervalo “normal” deva ser definido de maneira individual e conforme o contexto clínico vivenciado pelo paciente. A obesidade é um exemplo. Sabe-se que o teor de gordura corporal é inversamente correlacionado com os níveis séricos de vitamina D, o que indica que os indivíduos com alto teor de gordura corporal tenham uma tendência a apresentar valores menores de vitamina D no organismo. 

É importante reforçar que embora a vitamina D seja produzida pelo próprio organismo através da exposição solar, uma vez que a pele transforma a pró-vitamina D3 em 1,25-(OH)2D3, ela também pode ser adquirida pela dieta e através da suplementação. A 1,25-(OH)2D3 é a forma biologicamente ativa da vitamina D, enquanto que a 25-(OH)D3 é a principal forma circulante de vitamina D, representando a vitamina D dosada no sangue. Os principais alimentos ricos em vitamina D são: gema de ovo, cogumelos e peixes oleosos como salmão, sardinha em conserva e atum enlatado.

Quanto à suplementação, em função das controvérsias citadas, só está indicada quando prescrita pelo médico, quando o nível de vitamina D está abaixo do ideal ou em condições clínicas especiais. O uso excessivo de vitamina D está associado ao risco de desenvolvimento de toxicidade, a qual é caracterizada pela presença de anormalidades gastrointestinais, aumento exagerado da diurese, encefalopatia, nefrocalcinose, pancreatite e até mesmo a maior incidência de quedas e fraturas ósseas, principalmente em mulheres na pós-menopausa.

A vitamina D não é um analgésico, entretanto, acredita-se que a manutenção dos valores normais de vitamina D sanguíneos, contribui para uma melhor evolução do paciente com dor crônica. Os potenciais mecanismos pelos quais a vitamina D modula a dor são pouco compreendidos, entretanto, dados emergentes sugerem que a vitamina D e seus receptores modulem os genes envolvidos com o surgimento e com a perpetuação da dor. Além disso, vários estudos indicam que a suplementação e/ou a deficiência de vitamina D altera o perfil da microbiota intestinal, fato que está associado a dor visceral, a inflamação intestinal crônica e a outras doenças. 

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