Um agente de endemias que se identificou apenas como Sidnei afirma ter sido torturado por homens que tentaram assaltá-lo, nesta quinta-feira (18/5), em Salvador, quando estava trabalhando. Segundo Ivando Antunes, um colega de Sidnei, que conversou com o Aratu On, geralmente os agentes trabalham com um celular e um tablet entregues pela prefeitura. Nesse dia, no entanto, ele não estava portando os aparelhos.
Creditos da foto:Leitor/ TV Aratu
"Os bandidos pediram para ele passar tudo, mas ele estava sem nada", disse Ivando Antunes, colega de Sidnei. "Foi a partir disso que ele começou a ser toturado. Cortaram o braço dele, apontaram uma faca para o peito dele e uma arma na cabeça", explicou.
Para a reportagem, Ivando contou que essa é uma situação comum no cotidiano dos Agentes Endêmicos e de Saúde: "Essa é uma situação corriqueira. Já aconteceram outras vezes. Infelizmente, quando vamos atender, nunca sabemos como seremos recebidos pelas próprias famílias, muito menos quem são aquelas pessoas. Às vezes chegamos na comunidade e os traficantes estão com armas na mão".
Em vídeo enviado à TV Aratu, Sidnei falou como se sentiu na situação. "Hoje eu tive muito medo. Tive medo de perder a coisa mais importante da minha vida - o meu filho -, porque tive uma arma apontada na minha cabeça e uma faca apontada para o meu peito, por conta de um celular e por conta do tablet que vocês [Prefeitura] dão para a gente trabalhar. Eu não tinha nenhum dos dois dois na hora e eu fui assaltado. Foram exigidos esses itens, que não foram dados, porque eu não tinha. Eu fui humilhado, fui chutado, fui ferido, minha camisa está sangrando, meu corpo sangrou e minha alma está sangrando", disse, bastante abalado.
No vídeo, ele repete algumas vezes sobre o medo de deixar o filho sem pai. "Não quero nunca mais ter medo de deixar o meu filho órfão, como tive hoje", completa.