Vaticano anunciou o dia 24 de outubro de 2022 como a data de oficialização da beatificação da cearense. Ela morreu há 80 anos em uma tentativa de estupro, e desde então tem sido venerada por fiéis da região.Romaria da Menina Benigna em Santana do Cariri em 2018. — Foto: Reprodução
Benigna Cardoso da Silva, 13 anos, se tornou símbolo de católicos cearenses após recusar ter relações sexuais com outro jovem em Santana do Cariri, a 523 km de Fortaleza. Ao recusar, a menina foi assassinada brutalmente com golpes de facão em outubro 1941. A história de Benigna se popularizou, e a adolescente conquistou devotos por todo o estado como uma mártir.
Após a morte, a menina passou a ser venerada na região do Cariri como símbolo da resistência contra feminicídio e violência sexual contra crianças e adolescentes. Com isso, o Vaticano vai oficializar, nesta segunda-feira (24), a Menina Benigna como primeira beata do Ceará e quarta mártir do Brasil. A autorização foi dada pelo Papa Francisco em 2019.gundo o relato de pessoas que conviveram com Benigna, ela era uma menina simples, sem vaidades, muito estudiosa e com muita fé em Deus.
"Ela se relacionava bem com todos, era gentil, muito educada, não usava de palavrões e se ocupava responsavelmente com os estudos. Nela, se destacava a simplicidade e a prudência. Sua fama de santidade e martírio é justa", conta Raimundo Alves Feitosa, de 98 anos, que conviveu com a mártir. Ele foi uma das testemunhas que deram depoimento ao Vaticano no processo de beatificação.
Benigna nasceu em 15 de outubro de 1928 no Sítio Oiti, em Santana do Cariri.
O processo de beatificação de Benigna começou em 2013, quando a Diocese do Crato recebeu do Vaticano o "Nihil Obstat", ou seja, o "Nada Impede" para que se pudesse dar início à busca pelo título de beata.
A cerimônia estava originalmente prevista para 2020, mas foi adiada por causa da pandemia de Covid-19.
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