» » » » » Esta eleição é entre a democracia e a barbárie, diz Lula em entrevista

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Candidato do PT à presidência da República participou de live com o ator Paulo Viera nesta quarta-feira (26). Questionado sobre Congresso mais à direita, ex-presidente afirmou que é preciso conversar 'com quem foi eleito'.

O candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou nesta quarta-feira (26) que a disputa deste ano para o Palácio do Planalto será "entre a democracia e a barbárie".

O ex-presidente deu a declaração ao ser questionado sobre a importância do voto no próximo dia 30 – data do 2º turno das eleições de 2022 – durante uma live com o ator Paulo Vieira, apoiador da campanha petista.
"Esta eleição não é entre dois homens ou dois partidos. Esta eleição é entre a democracia e a barbárie, a democracia ou o fascismo", disse o ex-presidente.
Os apresentadores Serginho Groisman, Fátima Bernardes e Xuxa Meneghel também participaram da gravação.

Após o fim do 2º turno das eleições, Lula disse que não terá uma sociedade bolsonarista ou lulista para administrar. O ex-presidente apontou que, depois do dia 30 de outubro, quer "harmozinar" o país.

"Qual é o papel do presidente? É harmonizar a sociedade. Terminou as eleições, você não tem bolsonarista, não tem lulista, não tem petista. Terminou as eleições, você tem um país."
Lula afirmou ainda que, se eleito, vai “esquecer o processo eleitoral”. "Não vai ter briga, não vou alimentar o ódio. Quero que os pais voltem a conversar com os filhos”, acrescentou.

Questionado sobre a eleição de parlamentares com o perfil mais à direita para o Congresso Nacional, o ex-presidente disse que "é preciso conversar" com todos os nomes da Câmara e do Senado. Lula citou, como exemplos, aliados de Bolsonaro.

"Esse Ciro Nogueira que está com Bolsonaro hoje, ele já esteve com Fernando Henrique Cardoso, ele já esteve comigo, ele já esteve com o Collor [...] Você tem que conversar com quem foi eleito", apontou o petista.
Ciro Nogueira (PP) atualmente é ministro-chefe da Casa Civil e um dos principais articuladores da campanha de Bolsonaro. Valdemar Costa Neto é o presidente do PL – sigla escolhida por Bolsonaro para disputar as eleições de 2022.
Simone Tebet
Na conversa com Paulo Vieira, Lula respondeu também a questionamentos sobre a composição ministerial de um eventual governo.

O ex-presidente disse que a senadora Simone Tebet (MDB-MS), terceira colocada na disputa ao Planalto e recém-chegada à campanha petista, tem capacidade para chefiar “qualquer ministério”. Ele, no entanto, voltou a dizer que prefere esperar a eleição para começar a construir o governo.

“Todo dia me fazem essa pergunta. A Simone é uma mulher de muita qualidade. Ela pode exercer qualquer ministério. Qual é o problema? Eu não conversei com ninguém ainda. Eu tenho muita gente na cabeça, mas eu não conversei porque não quero sentar na cadeira antes de ganhar as eleições", afirmou.

O ex-presidente tem sido criticado por empresários, integrantes do mercado financeiro e adversários por não revelar a sua equipe. No último debate presidencial, o petista chegou a ser cobrado por Bolsonaro a divulgar um nome para o Ministério da Economia.

Encontro com prefeitos
Mais cedo, Lula participou de um encontro com prefeitos que apoiam a chapa petista na produtora de conteúdo da campanha, em São Paulo.

Na ocasião, ele voltou a defender nesta quarta-feira (26) uma maior participação de prefeitos e governadores nas tomadas de decisões do governo federal.
"Um presidente da República não pode governar um país sem conversar com governadores e sem conversar com prefeitos", disse o ex-presidente.
Os prefeitos se encontraram com o ex-presidente para entregar uma carta produzida pela Confederação Nacional de Municípios (CNM) com um "conjunto de estratégias que são imprescindíveis ao fortalecimento dos municípios".

De acordo com a CNM, o encontro não foi promovido pela entidade. A organização enviou a carta de forma digital às campanhas na última semana. Prefeitos aliados a Lula, no entanto, decidiram entregar o documento de forma presencial.

Na semanda passada, o candidato à reeleição, Jair Bolsonaro, do PL, também recebeu um grupo de prefeitos no Palácio da Alvorada. Assim como ocorreu nesta quarta-feira, uma carta foi apresentada com reivindicações das prefeituras.
No encontro, Lula afirmou que, durante seus dois mandatos à frente do Palácio do Planalto, tratou com "cordialidade" e deu maior participação a estados e municípios.

Ele disse que deseja retornar ao formato e voltou a repetir que pretende reunir os 27 governadores de estados e do Distrito Federal para avançar em projetos de infraestrutura no país. Para atender os pleitos dos municípios, Lula afirmou esperar participar de encontros com prefeitos.

"É na cidade que acontecem os problemas. É na cidade que o povo procura médico, ônibus, escola. É na cidade que o povo vai na casa do prefeito xingar o prefeito – às vezes, até incentivado pelos vereadores", disse.

Ele defendeu que, no 2º turno da disputa ao Planalto, os prefeitos apoiem candidatos que tenham compromisso com as prefeituras.

"O prefeito que tiver juízo, compromisso, ele tem que escolher um candidato à Presidência da República que tenha um compromisso com as prefeituras. Não precisa fazer muito sacrifício", disse.

Carta da CNM
Entre outros pontos, a carta pede uma revisão do pacto federativo e um reajuste na distribuição da arrecadação tributária nacional e de encargos administrativos transferidos aos municípios.

Apela também a um apoio para a promulgação da proposta de emenda à Constituição (PEC) que proíbe a União de impor ou transferir gastos públicos para estados e municípios sem a previsão da fonte de recursos ou compensação financeira. O texto já foi aprovado pela Câmara e pelo Senado, mas aguarda somente a promulgação.
"Eu reconheço isso e precisamos levar em conta que o prefeito é o principal elo desse pacto federativo", disse Lula após receber o documento.

Segundo Lula, o governo federal precisa reconhecer que, ao lançar políticas públicas e promover desonerações em impostos, os “municípios vão perder o dinheiro”.

“Muitas coisas que vocês reivindicam é pura e simplesmente uma obrigação do Estado atender – inclusive até aumentar o Fundo de Participação dos Municípios (FPM)”, declarou.

O FPM é um repasse de verbas do Governo Federal para os municípios brasileiros. A distribuição é feita de acordo com o número de habitantes.

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