» » » » » Belov e tripulação desembarcam em Salvador após expedição pelo mar congelado do Ártico

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Às 10h deste sábado, 12, o velejador Aleixo Belov desembarcou na escadaria do Comando do 2° Distrito Naval da Marinha do Brasil, no bairro do Comércio, em Salvador, após retornar da expedição à temida Passagem Noroeste, no oceano Ártico. Com ele, a tripulação formada pela oceanógrafa Larissa Nogueira, o fotógrafo Leonardo Papini e a estudante Ellen Brito, além do mecânico Hermann Brinker e do engenheiro civil Maurício Pitangueiras. Juntos, eles percorreram 20 mil milhas náuticas.

A equipe foi a primeira com a bandeira do Brasil a fazer a travessia completa pela Passagem Noroeste, que serpenteia por estreitos, como o Bering, acima do Círculo Polar Ártico. O trecho é considerado extremamente difícil para a navegação. “Foi um grande desafio, mas conseguimos vencer. Por isso, estamos muito felizes de estarmos de volta a Salvador após realizar este sonho de atravessar o Ártico”, afirmou Belov.

No retorno, o comandante de 79 anos foi recebido pelas bandas Didá e da Marinha, que animaram o público presente formado por familiares, amigos e admiradores. Autoridades da Marinha também marcaram presença, como o vice-Almirante Humberto Caldas Silveira Junior e o Capitão dos Portos da Bahia, Capitão de Mar e Guerra Paulo Rafael Ribeiro Gonzalez.


Expedição

O veleiro Fraternidade, que percorreu 20.000 milhas náuticas, iniciou a navegação no dia 5 de fevereiro deste ano, quando saiu da capital baiana. Desde então, a tripulação passou por Natal (RN), no litoral brasileiro, e pelo Caribe, Panamá, Havaí, Canadá, Alaska, Groelândia e no arquipélago de Açores, um território autônomo de Portugal.

Ao longo da viagem, a equipe superou desafios, como os ventos fortes entre Panamá e Havaí, além dos riscos de colisão com os grandes navios na passagem pelo canal que liga o Atlântico ao Pacífico, uma das rotas comerciais mais importantes do mundo. “Tudo tremia (com o vento) e metia medo que os panos não aguentassem e fomos obrigados a apelar para os rizos (redução de vela). Estávamos meio esquecidos desta manobra, mas deu tudo certo. A maior preocupação era com os navios, para evitar que um deles passasse por cima da gente”, relatou o comandante, à época.

Belov ainda narrou sobre outras adversidades ao chegar às águas geladas do Ártico: “Saímos bem, atravessamos o Estreito de Bering, vendo, ao mesmo tempo, o Alaska por boreste e a Sibéria por bombordo. Já sabíamos que lá na frente, em Barrow, estava tudo fechado de gelo, mas fomos seguindo, confiando que o gelo ia terminar por derreter. Durante a última semana (no início de agosto), vínhamos pegando a carta de gelo pela internet e o degelo estava avançando. Mas, para nossa surpresa, depois que saímos, o degelo deu um retrocesso. O vento norte empurrou o gelo para o sul e piorou ainda mais o que já não estava bom”.

Ele acrescentou que, em determinados momentos, o veleiro teve que ficar preso a um bloco de gelo à deriva, esperando uma brecha no mar congelado para seguir adiante, o que, felizmente, aconteceu, possibilitando que o desafio de atravessar a Passagem Noroeste fosse alcançado, com sucesso, em setembro deste ano.  

Encontros

Para além dos obstáculos, a expedição também foi marcada por grandes encontros. Um deles foi com os velejadores paulista Beto Pandiani e o franco-brasileiro Igor Bely, em um povoado de Cambridge Bay, no extremo norte do Canadá. A reunião resultou em um belo momento de confraternização no Fraternidade, onde a equipe recebeu a brasileira Juliana, casada com o chefe de polícia montada na região. “Nunca tivemos tantos brasileiros juntos. A gente já fez não sei quantas festas”, celebrou o comandante.

Ao longo da viagem, algumas pessoas desembarcaram, dando espaço para que outros aventureiros pudessem participar da jornada, como o navegador argentino Igor Stelli, a terapeuta Ialda Stelli, o médico Fábio Tozzi, o empresário Antônio Barreto, o engenheiro Dilson Assumpção, o velejador Alberico Fabrício Soares e a estudante de oceanografia alemã Luísa Steckhan.


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