Homem também foi preso por participar da ação. Cabo
e soldado pediram até R$ 40 mil para entregar caminhão para proprietário, diz
promotor. Materiais apreendidos e pessoas presas foram levadas para sede da Polícia Federal em Uberlândia
(Foto: Caroline Aleixo/G1)
Dois policiais militares e um homem foram presos por
extorsão em Uberlândia. O promotor do Grupo de Atuação Especial de Combate ao
Crime Organizado (Gaeco), Daniel Marotta, contou nesta
quarta-feira (3) que o cabo e o soldado tiveram as prisões preventivas
decretadas após investigação da Polícia Civil realizada nos últimos 20 dias.
A assessoria de comunicação da
Polícia Militar (PM) confirmou para a reportagem que os militares estão presos
no presídio militar do 17º Batalhão de Polícia Militar (BPM), no Bairro Santa
Mônica. No entanto, a PM disse que não vai se pronunciar sobre o caso para não
comprometer as investigações.
De acordo com Daniel, o trio tentou
extorquir o proprietário de um caminhão na cidade, que teve o veículo furtado.
O homem preso - que não teve a idade informada - ligou para a vítima após os
militares terem localizado o caminhão em uma rua de Uberlândia. Na ligação, o
suspeito chegou a pedir R$ 40 mil para entregar o veículo em bom estado.
"Os policiais acharam o
caminhão e, pela placa do veículo, conseguiram o contato do dono. Então passou
para esse homem, que começou a pedir dinheiro para entregar o caminhão e também
ameaçou que se ele não pagasse iria cortar o veículo. Como o caminhão era
segurado, o proprietário não teve interesse, então, o grupo começou a coagir o
corretor do seguro da vítima", explicou o promotor.
Ainda de acordo com o promotor, o
corretor do seguro acionou a Polícia Civil. Durante investigação, a vítima
combinou de encontrar com o suspeito. No encontro, os policiais civis fizeram
campana e prenderam o homem em flagrante. O caminhão da vítima foi recuperado.
"Após a prisão do homem, ele
cedeu o celular para ser periciado e foram localizadas conversas com os policiais
militares, que comprovaram que eles agiam juntos. Então foi concedida pela
justiça a autorização para prisão preventiva dos militares. Um deles foi preso
na casa dele e o outro estava de férias viajando e se apresentou após sete
dias, pois na PM quando um militar tem prisão decretada não pode demorar mais
de sete dias para se apresentar, se não perde o cargo", explicou Daniel. Em nota encaminhada nesta quinta-feira (4), a Polícia Civil informou que
concluiu o inquérito e que o grupo foi indiciado pelos crimes de receptação,
corrupção ativa, concussão e associação criminosa, além da representação pela
prisão preventiva e suspensão da função pública dos policiais militares.