Quatro baianos estão entre os desaparecidos na tragédia de Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte (MG), onde um de rejeitos rompeu, na sexta-feira (25), e fez um mar de lama invadir parbarragem te da cidade.
Mar de lama — Foto: Washington Alves/Reuters |
Segundo familiares, Alex Mário Moraes Bispo, 22 anos, Ademário Bispo, 51, Ednilson Dos Santos Cruz e George Conceição de Oliveira, de idade não informada, trabalhavam em uma terceirizada da Vale, responsável pela barragem, e estavam na empresa no momento do ocorrido. Os nomes deles estão na lista de desaparecidos divulgada pela Vale, neste sábado (26).
Os quatro são do município de Santo Amaro, no recôncavo baiano,
e tinham deixado a cidade para trabalhar. Dois deles, Ademário e Alex Mário,
são tio e sobrinho. Os dois trabalham como mecânicos de montagem na Vale e
estavam na empresa há cerca de 6 meses.
Por telefone, o um dos filhos de Admário, e primo de Alex Mário,
Natanael Bispo, 21 anos, contou que todos os quatro baianos desaparecidos moram
em Mário Campos, município a cerca de 20 minutos de Brumadinho. Os quatro
saíram na manhã de sexta para trabalhar e depois da tragédia não fizeram mais
contato.
Falei com
ele [Ademário] 11h40. Ele estava no refeitório, almoçando. Quando fiquei
sabendo da tragédia, por volta de 13h30, liguei para ele e não consegui mais
falar. Não tenho notícia nenhuma, informação nenhuma
Natanael está em Brumadinho em busca de atualizações sobre o
pai, o primo e os amigos deles. Até por volta das 17h20, nenhum dos quatro
baianos tinha sido localizado.
O jovem contou que Ademário mora há um ano e meio em Mário
Campos, mas trabalha na Vale há cerca de 6 meses. O primo, Alex Mário, também
mora na mesma rua que eles e trabalhava no local do acidente o mesmo tempo que
o tio.
Segundo
Natanael, o pai tinha dito que não ia trabalhar na sexta, dia da tragédia, mas
mudou de ideia após o amigo George, que também está desaparecido, oferecer uma
carona.
Ele
não ia trabalhar, foi porque George foi de carro próprio, e não precisou ir no
ônibus [da empresa] tão cedo. Ele disse que não queria ir trabalhar
Aflição também para a família dos baianos em Santo Amaro, cidade
com cerca de 12 mil habitantes.
Torcemos para que Alex, Ednilson, George e Ademário sejam encontrados logo e voltem para seus lares sãos e salvos.“
A prefeitura do município divulgou uma nota na redes sociais se solidarizando com os familiares dos santamarenses.
Torcemos para que Alex, Ednilson, George e Ademário sejam encontrados logo e voltem para seus lares sãos e salvos.“
A prefeitura do município divulgou uma nota na redes sociais se solidarizando com os familiares dos santamarenses.
"A cidade está mobilizada nessa comoção. Uma cidade
pequena, todo mundo uma grande família", disse a gestão municipal, por
meio da assessoria.
"A cidade está mobilizada nessa comoção. Uma cidade
pequena, todo mundo uma grande família", disse a gestão municipal, por
meio da assessoria.
O rompimento de uma barragem da Vale no Córrego do Feijão, em
Brumadinho (MG), na sexta-feira (25) deixou um rastro de lama que deixou
pessoas desaparecidas e destruiu casas na região. Há 34 pessoas mortas, segundo
os bombeiros.
O presidente da Vale, Fábio Schvartsman, diz que os principais
atingidos são funcionários da empresa. Eles estavam em horário de almoço, e o
refeitório da empresa foi atingido. A empresa informou que havia 427 pessoas no
local, e 279 foram resgatadas vivas.
Ao menos 296 pessoas continuam desaparecidas, segundo Corpo de
Bombeiros de MG. A Vale diz que não conseguiu contato com 413 funcionários e
divulgou o nome dos colaboradores .
Vinte e uma pessoas seguem internadas em serviços de saúde de Belo Horizonte e
de Brumadinho.
A Vale informou que o rompimento ocorreu na barragem 1 da Mina
Feijão -- que causou o transbordamento de outra barragem, segundo o presidente
da empresa, Fábio Schvartsman. O Ministério do Meio Ambiente, por sua vez,
informou que foram 3 barragens rompidas. Ainda não há informações do que
provocou o acidente.