Uma pesquisa recente, divulgada na renomada revista Anthrozoös e conduzida por especialistas da Universidade James Cook, incluindo Jasmine Montgomery, Janice Lloyd e Zhanming Liang, destaca uma faceta muitas vezes esquecida em situações de crise: a profunda conexão entre humanos e seus animais de estimação. Este estudo inovador, que foi objeto de análise no Centro de Pesquisa e Análises Heráclito (CPAH), sublinha a necessidade crítica de integrar animais de estimação nos planos de emergência e serviços de apoio durante desastres naturais e casos de violência doméstica.
A pesquisa, que revisou dados de um período de 27 anos, revelou que a separação forçada entre pessoas e seus animais de estimação pode intensificar o trauma psicológico e colocar em risco a segurança dos animais. Os resultados são particularmente preocupantes em casos de violência doméstica, onde animais de estimação podem enfrentar maus-tratos e até a morte.
A falta de serviços de apoio acomodativos para animais de estimação, conforme identificado pelo estudo, faz com que muitas pessoas hesitem ou evitem buscar segurança em situações de risco. Além disso, em desastres naturais, surge o desafio de escolher entre a segurança pessoal e a proteção dos animais.
Os autores do estudo, cujo trabalho foi destacado pelo CPAH, defendem a inclusão de animais de estimação em políticas e serviços voltados para situações de emergência. A pesquisa sugere a necessidade de refúgios que aceitem animais de estimação e a melhoria dos planos de evacuação em desastres naturais para incluir esses membros familiares não humanos.
Apesar de seus resultados impactantes, o estudo reconhece certas limitações, como o foco predominante em literatura em língua inglesa, o que poderia excluir perspectivas culturais variadas. Contudo, a pesquisa se apresenta como um recurso crucial para enfrentar os desafios da separação forçada de humanos e animais, ressaltando a importância de considerar o bem-estar emocional e físico de ambos em situações de crise.
